Nesta quinta-feira (21), o dólar disparou e a bolsa desabou 3%, chegando ao menor nível desde 2020.
Hoje, o alarido feito pela mídia nos principais jornalões é o de que o governo Bolsonaro rasgou sua última fantasia de responsabilidade fiscal ao produzir uma pirueta contábil para abrir espaço de R$ 83 bilhões no orçamento de 2022.
Segundo a mídia de banco, na prática, isso rompe o limite de gastos introduzido na constituição em 2016 por Temer, sob a orientação dos tucanos, a maior parte desses recursos será usada como barganha política por Bolsonaro em sua desesperada busca por alguma musculatura política, já que, diante de um derretimento acelerado, os “pensadores” palacianos, sobretudo a ala militar, acham que, com um ativo desse anabolizando o Bolsa Família, Bolsonaro recuperará uma cobiçada parcela do eleitorado das camadas mais pobres da população.
Por outro lado, o centrão que, logicamente, não ficaria de fora dessa receita, parte dessa espécie de joia fiscal da coroa ficará sob a batuta das velhas raposas na forma de emendas.
Lógico que os objetivos de Bolsonaro são meramente eleitorais, o que gera um impacto positivo para a sua imagem, mas, junto, o absoluto descrédito do seu governo que, diga-se de passagem, operou esses três anos de governo para o mercado, contando com o apoio integral da banca.
O resultado não poderia ser outro, houve uma debandada dos representantes da banca dentro do ministério de Paulo Guedes. O clima azedou e os principais técnicos da equipe econômica pediram exoneração nessa quinta-feira, assim que o mercado fechou e o ambiente de derrota assumiu cores e contornos extremamente graves, sinalizando que o rompimento do acordo do teto de gastos entre governo e banca se transformou numa bomba negativa que explodirá o próprio Bolsonaro, além de descredibilizar de vez o seu ministro da Economia.
A conferir.