Petistas aguardam manifestação do governador do Ceará, Camilo Santana (PT), em solidariedade à ex-presidenta Dilma Rousseff, que, nas últimas horas, foi vítima de ataques de Ciro Gomes (PDT).
Camilo e Ciro são aliados na política cearense, mas o silêncio “ensurdecedor” do governador petista gera incômodos na sigla.
Lula saiu em defesa da sucessora. O ex-presidente sugeriu que a covid atingiu o cérebro de Ciro.
“O que ele fez ontem foi tão banal, tão grosseiro, que às vezes eu fico pensando quando Jesus Cristo, na cruz, dizia: ‘Pai, perdoai os ignorantes, eles não sabem o que fazem’. Eu às vezes fico pensando nessa frase”, disse o petista. “Não sei se Ciro teve covid ou não, mas me disseram que quem tem covid tem problemas de sequelas, alguns têm problema no cérebro. Não é possível que um homem que pleiteia a Presidência da República possa falar as baixarias que ele falou”, disse Lula.
Ciro não deixou barato e voltou a atacar Lula e Dilma, por meio de nota.
“A corrupção do governo Lula e a incompetência do governo Dilma. Duas pragas que o PT semeou porque repetiu o mesmo modelo econômico, o mesmo tipo de governança, a mesma cumplicidade com os corruptos profissionais, o mesmo recrutamento de técnicos incompetentes e pouco criativos de governos anteriores”, afirmou o ex-governador cearense.
“Repito: Lula, sim, foi o maior fator de desestabilização do mandato de Dilma. Ele fez isso de forma às vezes consciente e de forma às vezes inconsciente. Fez isso tanto no passado remoto como nos momentos finais de agonia dela”, atacou o petista.
Ontem (13/10), Dilma havia desmentido Ciro por acusar Lula de conspiração a favor do impeachment em 2016.
É nesse contexto que Camilo Santana, governador petista do Ceará, continua silente. Até Roberto Requião, do Paraná, que não é do PT, já se manifestou em solidariedade a Dilma.
*Por Esmael Morais