Lógico que a inflação real, sobretudo a dos alimentos, é imensamente maior do que registra o IPCA, que já mostra uma inflação oficial de 1,16% em setembro, atingindo 10,25% em 12 meses.
Certamente, essa inflação calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor, considerada a inflação oficial do país, flagra uma aceleração que salta de 0,87% em agosto para 1,16 em setembro.
Claro que a sensação térmica no bolso do brasileiro é infinitamente maior do que essa do IBGE. E isso pode ser constatado no caixa do supermercado na hora em que o brasileiro passa com sua compra cada vez menor, pagando na soma total um preço que não tem graça comentar, tal o despudor que essa obra prima de Paulo Guedes produziu nesse país.
Por isso, hoje, os que apoiam Bolsonaro só poderiam ser ricos, remediados idiotizados ou pobres malucos de pedra.
Mas é bom lembrar que a política econômica que gerou essa tragédia vem da cartilha aprofundada do PSDB, dos tucanos, mais precisamente da bíblia neoliberal nativa escrita por FHC, que tem apoio de seus principais súditos no baronato midiático do Brasil.
Mirians e Sardenbergs são meros porta-vozes da boa nova que produz a imagem do milho, do cavalo e da placa definitiva, “a melhora acontecerá amanhã”.
Ou seja, o Brasil está no meio de uma tempestade perfeita que soma desemprego, fome, miséria, empobrecimento da população e inflação galopante, desenfreada, com caixa para ampliar ainda mais sua voracidade.
Isso acontece no Brasil oficial, porque no Brasil real já convivemos com uma autofagia compulsória em função da hiperinflação dos alimentos.
Mas se oficialmente, o índice de inflação de setembro representa a maior taxa desde 1994, é porque nem as pirotecnias que muitas vezes maquiam a realidade, não conseguem substituir essa crueldade contra a população por qualquer retórica.
E assim tem-se uma dimensão da hecatombe política, econômica e social que o Brasil amarga, produzidas, sobretudo, por dois golpes de Estado, um contra a presidenta Dilma e, outra preventiva contra Lula, condenado e preso sem qualquer crime para não permitir que ele vencesse a eleição e voltasse à presidência em 2018.
É fundamental que se tenha em mente essas duas questões que balizam a realidade do país, a causa e o efeito.