A percepção que a sociedade teve do Estado a partir do governo Lula, foi uma verdadeira revolução cultural, pois ele provou por A + B que o Estado tem como fazer as coisas mudarem na vida de cada cidadão brasileiro.
Mais do que isso, Lula utilizou o provérbio, “a palavra convence, o exemplo arrasta” e mostrou que a discriminação, o racismo e todas as questões que envolvem o preconceito contra os pobres no Brasil, dependem, sobretudo da relação do Estado com a sociedade, desde sua formação à sua moradia.
O nome disso é cidadania que foi mutilada durante toda a história do Brasil, num país em que o pistolão sempre foi uma celebridade para a classe dominante e serviu como uma espécie de modelo cívico dentro do Estado brasileiro. Ou seja, quem podia utilizar a força do Estado eram algumas empresas e algumas pessoas, não o povo.
As outras camadas da sociedade, sobretudo as mais pobres, jamais tiveram acesso às condições essenciais de vida até que Lula chegou e, com uma política inédita de programas de inclusão mudasse completamente a situação dos segregados do país.
Esse exemplo arrastou uma multidão que guarda, mais do que na sua memória afetiva, os feitos de um presidente que venceu todos os preconceitos característicos do Brasil, para se tornar o grande líder de quem sempre encontrou o Estado de costas.
Com isso, o país formou uma outra consciência que nem o mais reacionário dos fascistas conseguiu desfazer.
Bolsonaro, certamente, gostaria de varrer o pobre do orçamento, mas não consegue. Quem ele imaginava ser o resto da sociedade, depois de Lula, é um cidadão, e este cidadão já sabe que o Estado tem como prover, mais que isso, tem a obrigação de prover seu bem-estar, sua evolução, sua inclusão nos meios de produção e cidadania.
E é esse país que o Brasil pode voltar a ser, com a volta de Lula, é que está a cada dia levando Bolsonaro, em tempo recorde, ao recorde de desaprovação, garantindo com isso, uma reintegração com uma perspectiva da volta de todo um modelo de governar criado por Lula, porque no seu governo não existiam pessoas consideradas inferiores, todos eram cidadãos.
E esse clima que jamais existiu no Brasil, aonde as grandes vítimas sempre foram os pobres com uma perversa segregação, foi engolido pelo consagrado projeto que Lula implantou e que, por conseguinte, organizou o Brasil a partir dos “de baixo”, respaldado na ideia de que o Estado é responsável pela vida de cada brasileiro.
O que se vê hoje é a tentativa de inserir novamente dentro do Estado a democracia de mercado em que este e não o cidadão, é o centro das atenções, qual vive-se hoje com Bolsonaro, projeto iniciado por Temer depois do golpe em Dilma, mas que encontra um cidadão bem mais pleno da consciência de que essa violência contra as camadas mais pobres da população é um grave crime contra o próprio país e que todas as mazelas, se não foram superados por completo nos governo Lula e Dilma, foram combatidas com políticas concretas que melhoraram muito a vida de centenas de milhões de brasileiros.
E é isso que faz com que uma minoria de reacionários reaja de forma violenta, cega e ensandecida apoiando, com certeza, o pior de todos os brasileiros, com uma família criminosa que ocupa o Palácio do Planalto.