“Estarei a favor de Lula”, diz o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
Se a disputa pela sucessão presidencial continuar polarizada, como se prenuncia, o candidato do PT terá um forte aliado no Rio. O prefeito Eduardo Paes não hesita entre Lula e Bolsonaro. Fica com o ex-presidente.
Por enquanto, ele ainda está preso ao compromisso institucional de apoio ao nome do PSD, possivelmente o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. O discurso da terceira via ainda faz sentido e, em respeito aos protocolos de prudência política, Eduardo Paes o adota com o formalismo de um obediente quadro partidário.
– Mas se a polarização persistir?
– Neste caso, não tenho dúvida: estarei a favor de Lula – antecipa, convicto.
Em entrevista ao Jogo do Poder que vai ar no próximo domingo, Paes reafirmou a disposição de lançar a candidatura do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz ao Governo do Rio. Acredita que se obtiver o apoio do PT – neste caso, anteciparia a declaração de apoio a Lula – Santa Cruz teria enorme chance de vencer a disputa.
Sobre Cláudio Castro sobraram elogios – ‘tenho uma relação fraternal com ele, é um amigo – mas ainda faltam razões políticas a autorizar um eventual apoio. O grau de proximidade do governador com Jair Bolsonaro vai determinar a decisão do prefeito. “Quem sabe, se ele se distanciar de Bolsonaro”, admitiu.
O pré-candidato do PSB, Marcelo Freixo, também recebeu afagos. A trajetória política incólume do neossocialista foi reconhecida; Paes é grato por ter recebido o apoio – um tanto velado – de Freixo em 2018 e em 2020; elogiou seus movimentos em direção ao centro. Mas ainda enxerga dificuldades para se apresentar ao seu lado durante o pleito. Percebe-se, nas entrelinhas da entrevista, a convicção de que eleitorado de ambos é absolutamente distinto, o que configuraria impedimento para uma aliança pública.
*Com informações da Agenda do Poder