Militares dobram a aposta e confirmam desfile de blindados no dia da discussão do voto impresso, na Câmara.

O exército confirmou que fará um desfile de blindados, em Brasília, em conjunto com exercícios com a marinha brasileira, que ocorrerá em alto mar, no mesmo dia em que se começa a discutir o tal voto impresso, na Câmara dos Deputados.

Segundo o exército, os blindados apenas farão uma manobra destinada a um treinamento da infantaria blindada, justamente na capital brasileira e que o ato não tem relação com a discussão do voto impresso.

Segundo a Marinha, o objetivo da exibição é convidar Bolsonaro a participar de um treinamento de militares das três forças (mais Exército e Aeronáutica) no próximo dia 16 em Formosa (GO).

Deputados da oposição e independentes criticam fortemente a exibição de poder do exército, justamente no dia da abertura da discussão da PEC do Voto Impresso.

“É um absurdo gastar recursos públicos em uma exibição vazia de poderio militar. As Forças Armadas, instituições de Estado, não precisam disso. Os brasileiros, sofrendo com as consequências da pandemia, também não precisam. O Brasil não é um brinquedo à disposição de lunáticos”, afirmou Alessandro Vieira em nota divulgada pela assessoria.

“Sobre essa história de tanques nas ruas, não quero crer que isso seja uma tentativa de intimidação da Câmara dos Deputados mas, se for, aprenderão a lição de que um Parlamento independente e ciente das suas responsabilidades constitucionais é mais forte que tanques nas ruas”, escreveu Marcelo Ramos, vice-presidente da Câmara.

Em rede social, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que “colocar tanques na rua” é demonstração de “covardia”. “Os tanques não são seus, pertencem à Nação. Quer tentar golpe sr. @jairbolsonaro? É o crime que falta para lhe colocarmos na cadeia”, publicou.

“Estou organizando um ato amanhã em repúdio à tentativa do presidente de intimidar o parlamento com tanques, reuniremos um grupo de deputados na rampa do congresso com cartazes em defesa da democracia”, afirmou o deputado Kim Kataguiri.