Até pouco tempo seria inimaginável um general 4 estrelas, condecoração máxima do exército, abaixar a cabeça e acatar ordens de um mero capitão, pior, um capitão reformado na marra para ser expulso das Forças Armadas com um pouco menos de desonra, já que todos sabem da história do indigesto tenente que se envolveu em garimpo ilegal e, depois, quis emparedar o comando do exército ameaçando até com atos terroristas.
Hoje, essa hierarquia militar que mantém institucionalmente quilômetros de distância entre Mourão e Bolsonaro, não só inexiste, como tem um sentido inverso.
Não se trata de uma questão do vice não apitar nada, essa jabuticaba brasileira acabou por produzir uma das cenas mais humilhantes para as Forças Armadas, que foi o general Mourão ter sido escalado por Bolsonaro para resolver pendengas que envolvem Edir Macedo em Angola.
A missão de Mourão era a de intervir no país africano em benefício do tio de Crivella, Edir Macedo, já que os africanos não suportaram mais as malandragens do proprietário da Igreja Universal.
Pois bem, Bolsonaro ainda estava na elaboração da farsa do cocô quando passou tranquilamente não a faixa presidencial, mas o abacaxi de Edir Macedo para que Mourão fosse à Angola descascar a fruta.
Ato que não prosperou, porque o presidente de Angola tem verdadeira aversão não só por Edir, mas pelo círculo político que chancela suas picaretagens.
Ou seja, Mourão, além de não apitar nada no governo Bolsonaro e em Angola, foi apitado aqui no Brasil por Edir Macedo via Bolsonaro e voltou do país africano numa situação mais humilhante do que a que o levou até lá.