Vera Magalhães e a escolha muito difícil, parte 2, o retorno da medíocre

Vera Magalhães e a escolha muito difícil, parte 2, o retorno da medíocre

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Vera Magalhães não substituiu Augusto Nunes apenas no comando do Roda Viva, a moça é signatária de um antipetismo caótico.

É certo que hoje Augusto Nunes é o principal sabujo de Bolsonaro, afinal, é para isso que a Secom lhe paga via Jovem Pan.

Mas durante a eleição, Augusto Nunes revelava com extremo desprezo a capacidade cognitiva de Bolsonaro, assim como hoje faz Vera Magalhães.

Efetivamente, o que quero dizer é que Vera Magalhães e Augusto Nunes se correspondem dentro de uma situação política que, em última análise, tem o antipetismo doentio como trincheira.

Quando Vera escreveu o famoso artigo para um editorial do Estadão, intitulado “Uma escolha muito difícil”, ela inicia a xaropada com a seguinte frase, “A campanha que deveria servir para iluminar um pouco mais as propostas do jogo (entre Bolsonaro e Haddad), provavelmente servirá para aumentar o antagonismo”.

Pois foi exatamente isso que ela acabou de reproduzir no artigo “Debate interditado” quando diz que Bolsonaro tem todo o interesse em propagar o fantasma da volta de Lula, ao mesmo tempo que interessa ao ex-presidente se apresentar como o único capaz de nos livrar do flagelo da destruição bolsonarista. Pode ser que assim seja, mas o jogo não está nem de longe jogado”.

Vera diz que Lula e Bolsonaro propagam em tons cabalísticos, seja lá o que isso for, que é inevitável um segundo turno entre os dois.

Segundo a jornalista que, tempos atrás, disse que “Lula não era player para ser entrevistado no Roda Viva”, agora diz que os dois estão propagando que é inevitável o confronto Lula x Bolsonaro. De acordo com ela, discurso que só interessa aos dois.

Trocando em miúdos, o tratamento que Vera Magalhães dá a Bolsonaro e Lula é o mesmíssimo que deu quando a disputa era Haddad e Bolsonaro, tentando consagrar a ideia de que um fascista que ceifou a vida de mais de 540 mil brasileiros por covid e devolveu à miséria mais de 20 milhões, está em pé de igualdade moral com Lula que, ao contrário do que o Brasil vive hoje, sendo jogado para a 14ª posição na economia global, com Lula chegou a ser a 6ª maior economia do planeta. No mesmo passo em que Lula virou uma celebridade mundial por ter tirado da miséria mais 40 milhões de brasileiros e ter erradicado a mortalidade infantil em decorrência da fome, além de ter vacinado contra a gripe H1N1 80 milhões de brasileiros em 90 dias, o que foi um recorde mundial.

Esse julgamento que Vera Magalhães adensa, dobrando a aposta na tal “escolha muito difícil”, que foi uma retórica de pouquíssima inteligência, de alguma forma nos dá uma pista de como será novamente a tendência perversa do discurso da turma da terceira via que insulta as vítimas do fascismo desse governo, praticamente passando um pano em todo o sofrimento que Bolsonaro, em dois anos e meio de governo, causou à população brasileira.

Mais que isso, Vera Magalhães, burramente, respalda a ideia de que essa direita tradicional não tem a menor condição de organizar o país, já que não consegue sequer um discurso que sirva de fermento para a disputa eleitoral do candidato que corresponda aos interesses da oligarquia sem parecer tão vil e criminoso quanto Bolsonaro.

Resumo da ópera, o tico e o teco da moça não conseguem produzir um pensamento menos raso que um pires em defesa da velha direita falida.

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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