O que quase não se tem levado em conta, quanto à possível, ou impossível, candidatura de Bolsonaro em 2022, é que para ser candidato, a pessoa tem que estar filiado a um partido. Bolsonaro, por sua vez, que afirmou cogitar não participar da eleições em 2022, caso o voto impresso não fosse aprovado, nem poderia ser candidato, hoje.
O presidente começou questionando a urna eletrônica, afirmando que o ministro do STF e presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, foi ao congresso se reunir com parlamentares, para garantir que o voto impresso não passasse na Câmara. Bolsonaro, na mesma fala, afirmou que passaria a faixa para qualquer um, desde que a eleição não fosse na urna eletrônica, que será auditada pelas mesmas pessoas que liberaram o ex-presidente Lula para ser candidato. Em sua fala, afirmou considerar a hipótese de não ser candidato, caso o voto não seja impresso.
Bolsonaro ainda não considerou a grande dificuldade que cerca a simples possibilidade de ser candidato. O presidente, após trair o PSL, saindo do partido cheio de desafetos, tentou fundar um partido, sem alcançar o mínimo de assinaturas necessárias para a fundação.
Sem seu feudo partidário, Bolsonaro tentou ingressar no Patriotas, gerando briga interna e rachando o partido, entre apoiadores e opositores à sua candidatura. Agora, o PRTB também já deu sinal negativo para a sua candidatura. Ou seja, tido como desleal, personalista, arrogante, autoritário e agressivo, ninguém o quer como quadro partidário.
O cenário piora ainda mais, quando se considera a iminente derrota para Lula, ou qualquer outro candidato de oposição. O resumo da ópera é que Bolsonaro, provavelmente não será candidato, não pelo voto impresso, mas, pelas próprias poucas qualidades como ser humano e como político.