Após eleito, em 2022, a lua-de-mel de Bolsonaro com o PSL durou pouco. Com brigas e crises de megalomania do clã, incluindo traições e tentativas de golpe, Bolsonaro abandonou o partido e levou consigo uma grande grupo de deputados bovinos, que só não abandonam o PSL, para não perderem o mandato.
Sem partido, Bolsonaro não pode disputar a eleição presidencial de 2022. Como também não conseguiu assinaturas para criar seu partido, ou feudo eleitoral, o presidente e o clã tentam colonizar o Patriota.
A tentativa de se apropriar do novo partido, levou a condições esdrúxulas, como a garantia de candidatos e o acordo com o atual presidente do Patriota, Adilson Barroso, envolve sua permanência no comando da sigla. Para isso, Barroso tentou uma convenção fajuta para se manter no cargo e trazer o clã e os bovinos para dentro do Patriota, bem como a candidatura de Bolsonaro, em 2022.
O resultado foi um racha, envolvendo o vice-presidente da sigla, Ovasco Resende, que acusa Barroso de golpe.
A convenção realizada no dia 31 de maio, não foi aceita pelo cartório eleitoral, por falta de quórum e o caso está chegando ao STJ. Ou seja, dependendo do grupo que vencer, Bolsonaro pode continuar sem partido para a disputa eleitoral.
A tática seria manter Barroso na presidência, trazer os 30 de 52 deputados do PSL para o Patriota e dominar a sigla. Mas, pelo que parece, com o partido rachado, a briga pelo poder no Patriota faz a oposição interna correr contra o tempo para tomar o comando do partido.
“Só tem uma coisa: o estatuto diz que os delegados têm mandato, mas podem ser trocados a qualquer momento. Espero que dê tudo certo porque trazer Bolsonaro para o Patriota é um grande milagre. O problema é que esse pessoal do racha está apavorado, não quer dividir o doce de leite em dez”, provocou Barroso.
*Foto em destaque: Adilson Barroso e Jair Bolsonaro.