Se tem um sujeito que pode ser classificado como um clássico charlatão, este é Paulo Guedes.
Com metade da população passando por dificuldades até para se alimentar, dependendo de campanhas contra a fome, criadas pela própria sociedade, sendo a moeda brasileira a que mais se desvalorizou no mundo, tudo isso somado ao desemprego que passa de 14%, com mais de 50% de trabalhadores sem carteira assinada e trabalhando de forma precária, o que precariza ainda mais o mercado interno, Guedes faz um pronunciamento de Alice no país das maravilhas, com o velho discurso, se está ruim, é porque está bom e o inverso.
Ruim para Paulo Guedes é quando o PT colocou o Brasil entre as seis maiores economias do planeta. Bom para ele é como o Brasil está agora, na 14ª posição, como foi no governo FHC, depois de copiar a mesma receita do fracasso dos tucanos.
Talvez Guedes esteja comemorando os 11 novos bilionários que vivem de especulação financeira como os banqueiros e os empresários do setor da saúde que, aliás, na entrevista ensaiada ontem do general Augusto Heleno, na TV Brasil, na reinauguração do programa Sem Censura, Heleno fez questão de ignorar o SUS na hora de elogiar os profissionais da saúde que, segundo ele, vão dos profissionais mais humildes aos empresários donos dos hospitais privados.
Não se ouviu da boca do general o termo saúde pública, o que mostra que esse é mesmo o governo que está aí para sugar o sangue da sociedade para beneficiar um grupo cada vez menor de bem-aventurados da agiotagem brasileira.
Uma coisa é certa, só se toca um projeto como esse se for duplamente cafajeste, negando, como Guedes mesmo se vangloria, uma ajuda concreta a milhões de brasileiros que não têm o que comer dando para alguns míseros R$ 150, enquanto os ricos não param de fazer fortuna, ao contrário, se afortunaram em um ano de pandemia mais rápido do que o normal. Ou seja, lucraram as mortes provocadas pelo governo Bolsonaro que se aproximam de 400 mil brasileiros.
Aliás, nesse país é sempre assim, toda vez que a direita dá um golpe para “combater o comunismo”, quem morre são os pobres. Foi assim na ditadura militar, foi assim no governo de corrupto sabotador Michel Temer e é assim no governo militar, eleito por uma farsa armada pela Lava jato de Sergio Moro.
*Carlos Henrique Machado Freitas