Um dos grandes problemas do Brasil, senão o maior, é não saber se a mídia tem banco ou se os bancos têm mídia.
Bolsonaro é a reprodução da própria mídia brasileira que, por sua vez, é a reprodução do sistema financeiro.
Por isso passou 13 anos elaborando e produzindo manchetes de ódio contra Lula, Dilma e o PT, pelo simples fato de eles representarem os trabalhadores em corpo e alma.
Esse é o grande problema que a mídia brasileira vive e, por isso, não tendo coragem de assumir seu lado na luta de classes, tem que procriar representantes do capital, usando o ódio como principal matriz do sentimento das classes dominantes através de um determinado porta-voz que reproduza com fidedigna carga o que vai na alma da oligarquia.
Também por isso, ela pariu Bolsonaro, não no sentido figurado, mas no concreto a partir de um discurso de extrema direita, mas que, na verdade, tinha como pilar central, ou seja, o que interessa para os endinheirados, a mesma cartilha de FHC, a bíblia neoliberal via Paulo Guedes.
Não é por acaso que, hoje, o apagão da saúde representa o apagão de energia do também incompetente governo FHC.
Então, lembra-se que quem produziu o apagão foi o seu ministro Pedro Parente que, pela recompensa do golpe em Dilma, aos tucanos, Temer entregou a Petrobras e, junto, a continuação do projeto de desmonte da estatal que fez Pedro Parente cair na greve dos caminhoneiros, mas mantendo sua política no governo Bolsonaro, a mesma linha mestra de desancar a empresa para que os brasileiros paguem os lucros cada vez maiores aos acionistas, sobretudo internacionais.
Por isso, a inflação não para de crescer em plena recessão, com o PIB que já aponta para uma queda de 7% .
Tudo isso quer dizer uma única coisa, não existe uma direita neoliberal de centro-direita e uma outra de extrema direita, é tudo uma badalhoca só, tanto que os fanáticos bolsonaristas são apenas uma mutação dos tucanos e podem sim fazer o caminho de volta sem o menor constrangimento, já que têm adoração até mesmo por Roberto Jefferson, Adriano da Nóbrega e Queiroz.
Ou seja, essa turma é antes de tudo, sem vergonha. E sabendo disso, a Folha imita o próprio Bolsonaro, joga para a horda do chiqueirinho do genocida, criando uma pesquisa sem propósito apenas para dizer que, mesmo não entendendo bulhufas de justiça, acha que Lula é culpado, se perguntar de quê, mais de 50% não saberá responder qual foi o crime de Lula.
A Folha, conhecendo bem o seu gado e sendo parceira do desmonte da nossa economia e sócia do genocídio de Bolsonaro, fez essa fuleiragem que ela chama de pesquisa.
*Carlos Henrique Machado Freitas