Com mais de 3 mil mortes diárias, seria certo que a Covid-19 bateria às portas de um Senado com componentes mais velhos que a Câmara e assustaria a todos, na casa. A morte do senador paulista, Major Olímpio, abriu caminho pelo medo, para um discussão há muito adiada. Já não seria hora do país entrar em lockdown por 15 dias?
Enquanto Bolsonaro age combatendo seus críticos, que o chamam de genocida, o presidente ataca as consequências de sua estupidez e não a pandemia, em si. Agora, é provável que o congresso aja no lugar da presidência, ocupando o vácuo político deixado pelo Planalto.
O susto, além de tudo, se dá pelo fato do Major ser absolutamente saudável, o que tornou diversos senadores e deputados que estavam ignorando o perigo e trabalhando presencialmente, rever sua postura e retomar o isolamento.
Olímpio foi vítima do próprio comportamento, ao se reunir com Lasier Martins, em plena pandemia, onde contraiu o vírus em conjunto com o amigo. Para piorar, Olímpio liderou um movimento contra o afastamento social em São Paulo e esteve em aglomeração discursando em manifestação de caminhoneiros na capital paulista.
Agora, Bolsonaro está mais pressionado e sem ministro da Saúde, já que o Dr. Marcelo Queiroga ainda não assumiu, por ainda estar incompatível com o cargo, por se proprietário de uma empresa na área da saúde e o atual Eduardo Pazuello já ser um “pato manco”. Disso, sobra a imagem de que quem manda na saúde é uma pessoa absolutamente estúpida no assunto e negacionista, para somar, a morte de um senador se torna mais uma pedra no sapato bolsonarista.
Enquanto a França entra em quarentena pela terceira onda do vírus, o Brasil parece ligar todas as ondas em uma única, mais mortal, mais contagiosa e mais negligenciada do que em qualquer lugar do mundo.