Antes de qualquer compreensão do papel do Ministério Público, deve-se ressaltar que ele serve como investigador e advogado de acusação em casos como a Lava Jato. Ou seja, se ele investiga e acusa, absurdos como esse devem ser comuns, por incrível que possa parecer.
Então, o MPF investigou Lula, não encontrou sequer uma prova contra concrete o ex-presidente, mas, obteve uma gravação de um grampo favorável ao ex-presidente e o descartou para não ajudá-lo. Ora, se uma investigação apura também a inocência, por que descartar algo que pode ajudar o investigado? Simples, Lula já estava condenado.
O diálogo obtido pela Operação Spoofing é conclusivo quanto a um grampo em que envolveu Miuza Marques, funcionária e empreiteira da OAS. Lula foi condenado por ter recebido favores da OAS e da Odebrecht, em outras palavras, poderia inocentar Lula.
“Pessoal, especialmente Deltan [Dallagnol, coordenador da Lava Jato], temos que pensar bem se vamos utilizar esse diálogo da MARIUZA, objeto da interceptação. O diálogo pode encaixar na tese do LULA de que não quis o apartamento. Pode ser ruim para nós”, escreveu o procurador Athayde Ribeiro Costa.
A operação Spoofing examinou mensagens entre os procuradores da Lava Jato e o ex-super-juiz Sérgio Moro, portanto, a gravação do grampo permanece em segredo de justiça. Mas, alguns trechos foram compartilhados por escrito, no grupo da quadrilha do MPF.
- SAMARA: Putz! E a dona Mariza devolveu a cobertura, é isso? Tava no jornal outro dia?
- MARIUZA: É. Ela não quis pegar a cota dela. É isso mesmo.
- SAMARA: É sério? Eles devolveram?
- MARIUZA: Devolveram. Porque eles tinham cota né..da..cotas da BANCOOP. E aí ela por causa dessas…
- SAMARA: Não, mas se ela reformou a cobertura dela toda lá no Guarujá?
- MARIUZA: Pessoa, não pode falar, pessoa, aqui nesse telefone!
Ou seja, Lula e Mariza realmente não ficaram com o triplex e que realmente haviam devolvido a cota à Bancoop, ou seja, o imóvel não pertence ao ex-presidente.
Robson
março 1, 2021 at 4:37 pmFavor corrigir a palavra “caso”, está escrito “cado” no texto e no título da matéria.