Depois que a Lava Jato corrompeu todo o sistema de justiça, nada mais surpreende nesse país.
Qual a diferença da impunidade entre os procuradores da Lava jato e do clã Bolsonaro? Nenhuma. Esse é o Brasil oficial aonde o mocinho é o bandido e o bandido, o mocinho.
Pouco importa em que lugar estão Dallagnol, Moro e Flávio Bolsonaro, o que importa é que todos sabem quem eles são e que ficarão impunes pelos crimes que cometeram, sem falar da influência teocrática no judiciário, no congresso e na presidência desse Brasil colônia do século XXI que imita as instituições da velha Europa aonde, senhorar picaretas para buscar um assento central no poder com toda a grosseria jurídica possível, diante das luzes da mídia envenenada pelo grande capital, é somente uma parte mesquinha da nossa civilização.
Mas não deixa de ser um norte de como a ordem jurídica foi subvertida pela alta roda do judiciário curitibano que acabou por delinear pitorescamente todo o judiciário brasileiro.
Por isso essa decisão do STJ de livrar a cara de Flávio Bolsonaro não produziu um cisco de surpresa para ninguém, pois não é preciso ser sábio para observar o duelo de morte entre juízes e constituição.
Verdade seja dita, Flordelis comporia tranquilamente o escrete da República de Curitiba e pode-se afirmar isso depois de ler os relinchos dos procuradores nos vazamentos da Lava Jato, que são um verdadeiro cartão postal dessa organização criminosa.
Na realidade, o juiz que anulou a quebra de sigilo de Flávio no Coaf, é apenas uma salada de batata a mais que nem servida com elegância é.
*Carlos Henrique Machado Freitas