Seria certo afirmar que o resultado ruim do PIB acumulado em 2020 é fruto da pandemia de Covid-19? Sim, seria. O problema, nesse caso, é que a retomada após uma queda profunda de 11,1% no primeiro e segundo trimestres, sendo o primeiro influenciado pela pandemia e o segundo totalmente afetado, o que se esperava era uma retomada mais forte.
A expectativa do mercada se dá pelo efeito elástico de uma recessão com tempo determinado para inciar e terminar. Nesses casos, a capacidade produtiva instalada é a mesma de antes da parada, a capacidade de consumo interno, se mantida, faz com que o economia retorne ao mesmo patamar anterior a parada. A questão, é que a retomada foi bem inferior à queda total da pandemia. O terceiro trimestre ficou em 7,7%.
Com 4,4% abaixo que o total da crise, o efeito elástico da crise pode não ocorrer ao certo, levando ao que se chama de efeito plástico, ou seja, a atividade econômica se conformou com a recessão, reduzindo a capacidade de consumo, com perda aguda de renda e desemprego permanente.
Para o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, atribuiu o PIB abaixo do esperado à desorganização do governo e à incapacidade no combate aos efeitos econômicos da pandemia.
O resultado muito abaixo terá reflexo na já combalida discussão sobre a LDO de 2021, que agora deve ser alterado no congresso.