Diferente do que muitos historiadores defenderem por anos, o Brasil, Cuba e EUA se tornaram as economias que mais cresceram no século XIX, no planeta, com a longa manutenção da escravidão como mão-de-obra primordial nos campos, com a ascensão do capitalismo.
O Brasil se tornou o maior produtor e exportador de café do planeta, monopolizando o mercado. Cuba se tornou o maior exportador de açúcar, mesmo com pouco território e sendo uma pequena ilha caribenha. Os EUA se tornaram o maior produtor de algodão, com o norte se tornando o maior produtor de tecidos industrializados do planeta, alavancando sua economia para se tornar a maior economia do planeta, já no final do século XIX.
Por trás do maior capitalismo do planeta, da economia mais liberal e posteriormente, neoliberal, chegando a ocupar mais de 70% do PIB mundial, na metade do século XX, está a escravidão e o racismo estrutural nos EUA. Somente Cuba, que era dominada pelos norte-americanos passou por uma revolução socialista e deixou o racismo estrutural para trás. A realidade que se impõe é que o capitalismo, o liberalismo e o neoliberalismo vão muito bem com a escravidão.
O cálculo é simples. Se a lógica do capitalismo é a do lucro máximo, não há nada mais lucrativo que a mão-de-obra sem custo, ou seja, escrava. É por esse pensamento que o mercado sempre visa reduzir os direitos trabalhistas e pessoas como Paulo Guedes e Bolsonaro, sempre afirmam que o salário mínimo está muito elevado. Ou seja, menos gasto com mão-de-obra, maior lucro. Assim, Brasil, EUA e Cuba se tornaram hegemônicos em seus seguimentos na economia mundial.
Não é preciso muito esforço para compreender que escravidão é igual a racismo e por isso, as ações do Carrefour dispararam em pleno dia da consciência negra, cuja imagem é abalada pelo assassinato de um rapaz negro por seguranças dentro de sua loja, na capital Gaúcha. Para corroborar, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou não haver racismo no Brasil. Pronto, a mistura é perfeita para que as ações da empresa francesa disparassem.
De fato, a carna mais lucrativa no capitalismo, é a carne negra.