Com 290 delegados, Joe Biden supera os 270 delegados necessários para ser eleito. Não há muito o que comemorar na vitória de Biden, mas, há muito o que comemorar na derrota de Donald Trump.
Em uma breve e importante observação, a afirmação cabal da eficiência da estratégia criada por Steve Bennon foi a vitória de Trump nas eleições americanas. De estrategista a guru, a família Bolsonaro seguiu o caminho das pedras até Bennon aplicando as técnicas de disseminação de ódio e mentiras ridículas, que o elegeu, em 2018. Sim, não é fake news afirmar que sem Trump não haveria Bolsonaro.
A derrota de Trump é o sinal do forte refluxo que o mundo impõe à extrema-direita, portanto, há mais que comemorar na derrota que na vitória de Biden. Os EUA tentará retomar uma espécie de imperialismo limpinho, cujo mundo em nova conjuntura geopolítica reagirá com grande desconfiança. Trump provou que a “infalibilidade da democracia americana” é uma conversa fiada.
Essa semana é emblemática para a decadência do imperialismo americano, ironicamente, nesta semana a China lançou o primeiro satélite de tecnologia 6G, enquanto os americanos discutem a mesquinharia de equipamentos 5G.
Do ponto de vista doméstico, Bolsonaro derrete e se isola no mundo. O Brasil do pos-Trump surge como um pária diplomático e um dinossauro civilizatório que agonizará até a remoção da extrema-direita do poder.
É importante ressaltar que não foi Biden quem venceu, mas, Trump que foi derrotado e é isso que se deve comemorar. Nada mais, nada menos.