Isolado diplomaticamente, sem bom trâmite na Europa, afastado da outra superpotência e maior parceiro comercial do Brasil, a China e, agora, caminhando para comprar uma briga que não é nossa, Bolsonaro prepara o abismo diplomático brasileiro, sem retorno.
Com as eleições mais polarizadas e dividas da história, os EUA se preparam para uma batalha judicial que pode acabar com uma eleição presidencial no congresso, levando o país ao primeiro golpe de estado desde a sua fundação. Mas, o resultado certamente favorecerá Biden, que já tem a maioria no voto popular e está muito próximo da vitória mais apertada em todas as eleições americanas. Bolsonaro está escolhendo o lado do ídolo, Donald Trump, em uma parceria personalista de um possível derrotado.
É certo que Trump recorrerá à justiça, portanto, é certo que o Brasil não reconhecerá a vitória de Biden nas urnas. Se Trump não vingar na justiça, como ficará a relação do Brasil, com Joe Biden, já que Bolsonaro não terá reconhecido a sua vitória eleitoral? Como dito no início, o bolsonarismo nos isolará ainda mais, em um cenário diplomaticamente apocalíptico para a república das bananas, que se apequenou após a intervenção americana no golpe de 2016.
“Persona non grata” na Europa, na China, no EUA e nos maiores países da América Latina, o isolamento é inevitável e o impacto na economia também. Como o Brasil se recuperará de uma das maiores crises econômicas da história do capitalismo, em meio a uma pandemia, tomando atitudes tão estúpidas no âmbito diplomático?