Quando Bolsonaro fez a primeira visita ao Chile, assim que assumiu, em 2019, uma de suas declarações estúpidas foi de exaltação a Pinochet. O presidente brasileiro calculou que o governo chileno, sendo de direita, concordaria com as suas declarações. O resultado político foi desastroso, mas, mesmo assim, o Chile ainda era um parceiro importante da direita brasileira.
A decisão com mais de 78% dos votos pela assembleia constituinte, acompanhada do pedido de renúncia do presidente de direita Sebástian Piñera, é um baque muito forte na diplomacia bolsonarista. Para se ter uma ideia, não há um país que tenha boas relações políticas com o Brasil, na América Latina.
O conjunto da obra internacional, sem parceiros políticos regionais, limita o país a se segurar apenas na pessoa de Donald Trump, numa realidade que já está ficando no passado. A iminente derrota de Trump vai fechar o caixão da diplomacia brasileira.
O isolamento mundial deve dificultar bastante acordos comerciais e com o tempo, o descontrole econômico bateria às portas, principalmente, da classe média. A reação natural de um setor da sociedade bem afeita aos orgulhos sociais e aos ódios de classe, seria raivosa.
Diferente dos primeiros momentos do golpe de 2016, hoje, não qualquer aspecto que seja politica e economicamente favorável à extrema-direita, nem interna, nem internacionalmente.