Com apenas 22% dos votos apurados, as urnas ainda apontam a vitória da direita que aplicou o golpe em Evo Morales, na Bolívia. Mas, a própria presidente boliviana, que assumiu após o golpe, já reconheceu a derrota e a vitória do candidato do MAS, Luis Arce. Há algumas possibilidades para explicar esse fato, no mínimo, inusitado.
A primeira hipótese, seria que o resultado ainda parcial pode apresentar a realidade nas zonas mais urbanizadas, onde a classe média e rica moram. Como o ocorreu aqui no Brasil, quando Dilma Rousseff virou, na apuração, em 2014, contra o então candidato Aécio Neves.
A segunda hipótese, seria que os votos estão sendo contatados, ou divulgados de forma fraudulenta e pode acabar levando a um conflito seríssimo, após a contagem dos votos.
A terceira hipótese, seria que houve uma guerra de discursos e protagonismo pre-eleitoral, que levou à divulgação de dados de pesquisas adulterados.
Em resumo, ou houve fraude, ou os dados não finalizados ainda não exprimem a realidade final, ou as pesquisas saíram erradas.
O que é estranho, nisso tudo, é a presidente Janine Añes reconhecer com muita facilidade uma derrota certa, cujo país passou por um golpe traumático à democracia, para assim, entregarem o poder tão facilmente.
Enquanto as pesquisas dão mais de 50% dos fotos válidos para o candidato do MAS, a apuração, até o momento dão apenas 38% e para o candidato do partido do golpe, o CC, tem pouco mais de 42%.
Como se pode esperar qualquer coisa, quando se trata de um golpe de estado, apenas a totalização dos votos mostrarão o resultado oficial, mesmo que se reconheça a derrota ou a vitória.
Agora, é aguardar.