As eleições municipais de 2020, assim como em 2016, são o norte da realidade nas eleições presidenciais de 2022, assim como foi em 2018. Dessa maneira, as pesquisas vêm mostrando, em especial na cidade do Rio de Janeiro, como o arrependimento da experiência do desconhecido foi assimilada como desastrosa pelos eleitores.
No Rio, o ex-prefeito Eduardo Paes lideram com ampla vantagem, os demais candidatos, em todos os levantamentos. Paes foi simbolizado como imagem da corrupção, em conjunto com Sérgio Cabral e os ataques da Lava Jato contra o ex-presidente Lula.
No interior do Rio de Janeiro, em Volta Redonda, o atual prefeito Samuca Silva, eleito pelo PV, mas, como pau-mandado de Álvaro Dias, associou a sua imagem ao lavajatismo e de total desconhecido, foi eleito em 2016. Já em 2020, tenta a reeleição, em um cenário ao qual é vaiado em qualquer ponto da cidades. Por lá, mesmo evolvido em casos de corrupção, Antônio Francisco Netto, que se fez na esteira da fartura do governo Lula e Dilma, lidera a corrida eleitoral e deve ser vencer já no primeiro turno, para um 5º mandato.
Na capital Gaúcha, distante de representar a novidade, a candidato Manuela D’ávila lidera na esteira da eleição de 2018, quando foi vice na chapa que substituiu o ex-presidente Lula, com Fernando Haddad. Ou seja, Manuela representa, na verdade, a retomada do pensamento progressista no Rio Grande do Sul.
Quando o assunto é quem seria melhor cabo eleitoral, o levantamento do Ibope é bem claro, Lula tem menor rejeição que Bolsonaro em todas capitais do país, exceto em BH. Mas, tem mais ascendência sobre o eleitorado em todas as capitais levantas, em especial, no nordeste, mesmo com o presidente tendo sido eleito recentemente.
É nítido o refluxo do golpe e do lavajatismo e é um erro avaliar que o desgaste da imagem do PT poderia significar a derrota do pensamento progressista. Nesse sentido, Boulos demonstra bem esse fato, em São Paulo. Afinal, quando se imaginaria um líder de um movimento que promove ocupações chegaria aos 12% das intensões de votos, numa capital tão reacionária e capitalista quanto São Paulo?