Embora as eleições municipais sejam um tanto folclóricas, Bolsonaro fez das eleições federais tão folclórica quanto as municipais, com o uso de seu nome por candidatos que nada tem a ver com sua família. Um exemplo deles é o Hélio Lopes, conhecido como Hélio Negão, que usou o nome de Hélio Bolsonaro, nas eleições de 2018, conseguindo se tornar o deputado mais votado no Rio de Janeiro, justamente pelo uso do nome.
Dado o caminho, diversos candidatos municipais entraram com o pedido de uso do nome de Bolsonaro e também de Lula. O que surpreende é que após menos de dois anos da vitória de Bolsonaro, seu nome ainda perde para Lula, na disputa eleitoral.
Segundo os dados do TSE levantados pela jornalista Gabriela Brito, são 200 pedidos de uso do nome Lula, contra 91 pedidos de Bolsonaro. Os pedidos de Lula são 56,5% de pretos e pardos, contra 58% de brancos para Bolsonaro. Como esperado, a maioria dos pedidos de uso do nome Bolsonaro são brancos e de Lula são pretos ou pardos.
Com relação à presença por estado, a maioria dos Lulas está na região de maior apoio ao ex-presidente. Concorrem no Nordeste 122 candidatos (61%), seguidos por postulantes no Sudeste, com 36 ou 18%. Já a grande dos Bolsonaros está no Sudeste, com 39 candidatos, ou 43% e no Nordeste, com 22 ou 24%. A região em que esses candidatos estão menos presentes é a Centro-Oeste –0,5% dos Lulas e 2% dos Bolsonaros disputam vagas apenas em Mato Grosso do Sul.
O mais interessante é que o nome Lula está presente em 26 partidos, incluindo o PSDB (14 candidatos) e o nome Bolsonaro está predominantemente presente no PSL (22 candidatos) e nenhum partido adversário.
O maior número de Lulas, em relação a Bolsonaros, em mais de 100% de diferença, dá bem a dimensão de quem será o melhor cabo eleitoral deste ano.