Se todos esperavam que Bolsonaro indicaria uma pessoa “terrivelmente evangélica” para a cadeira vaga por Celso de Mello, no STF, houve certa surpresa. Kassio Nunes é o nome que o centrão desejava e é católico.
A atitude de Bolsonaro não exprime muita coisa, senão sua perda de terreno político e a forte necessidade de aceno ao modelo Lula de governar.
Na economia, Paulo Guedes abandonou as teorias ultraliberais, para adotar o possível, na tentativa de animar o mercado interno e gerar algum crescimento.
Já Bolsonaro abandona o discurso de livre mercado e já o confronta, pedindo que façam alguma sugestão de solução para a grave crise gerada pelo desastre na forma de combate à pandemia de seu próprio governo.
Hoje, assim que o presidente disse a Kassio Nunes, “vai ser você”, Bolsonaro pegou o indicado pelo braço e levou para tomar a benção na casa de Gilmar Mendes e depois, de Dias Toffoli, ambos do STF. Ou seja, agiu como uma pessoa normal e menos egocêntrica.
O aceno ao centrão foi demonstração que o terreno político de Bolsonaro está bem curto e que está nas mãos de um grupo altamente volúvel, o mesmo que deu sustentação a Dilma Rousseff e o resultado é conhecido.