Desde que houve o golpe de 2016, incluindo a sua implementação com a desestabilização total do governo Dilma Rousseff, o Brasil não investiu em reposição de estoques estratégicos de segurança alimentar. Essa não foi uma política de “desleixo”, mas, uma deliberação intencional dos governos criados pela Lava Jato.
A lógica correta é, o governo compra alimentos que podem ser armazenados por anos, quando estão com preços baixos e despeja no mercado, quando estão preços elevados. Essa política gera renda à Embrapa, faz com que os preços dos alimentos se mantenham em patamares razoáveis para os padrões do povo brasileiro e serve para financiar as pesquisas científicas destinadas a tecnologias de produção de alimentos.
O problema é que essa política é péssima para o agronegócio e a ala da direita que assumiu o poder com Temer e Bolsonaro é totalmente subserviente ao “agro”. Ou seja, o abandono dessa política entrega a regulação dos preços nas mãos da indústria mais perversa e escravocrata do Brasil. Preços de alimentos elevados são convenientes e muito lucrativos para quem enxerga o direito básico ao alimento, como um mercado a ser explorado. Quanto mais caro, mais lucro, já que o custo de produção não se altera.
Ou seja, abandonar os silos de estoques regulatórios acaba com os preços baixos de alimentos e faz com que o lucro do agronegócio exploda do dia para a noite, sem nenhum investimento a mais na produção.
Em resumo, nada do que está aí é por acaso, é apenas o resultado de algo intencional deste modelo do pós 2016, e agora, com estoques de café, feijão, óleo, trigo e outros, chegando a zero, como informa a Embrapa, o que se espera é simples, preços absurdamente elevados nas próximas semanas para estes alimentos.