Benjamin Netanyahu começa a depor em julgamento que o investiga por corrupção

Benjamin Netanyahu começa a depor em julgamento que o investiga por corrupção

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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, compareceu ao Tribunal em Tel Aviv nesta terça-feira (10/12) para começar a depor em julgamento que o investiga por corrupção, que já se arrasta desde 2020.

Com isso, ele se tornou o primeiro dirigente do país a se sentar no banco dos réus.

Além desse processo, há duas semanas, Netanyahu tem um mandato internacional de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra em Gaza.

Comprando cobertura favorável da mídia
No caso 4000, os promotores alegam que Netanyahu concedeu favores regulatórios no valor de cerca de 500 milhões de dólares à Bezeq Telecom Israel.

A concessão foi em troca de cobertura favorável para si e sua esposa em um site noticioso controlado pelo ex-presidente da empresa, Shaul Elovitch.

Já na investigação 1000, Netanyahu é acusado de receber quase 120 mil dólares em presentes, como charutos e champanhe de Arnon Milchan, de um produtor de Hollywood e cidadão israelense, e do empresário bilionário australiano James Packer.

Em troca, ele ajudou ambos em seus interesses comerciais.

Ele nega todas as acusações dizendo que são estratégias de perseguição orquestrada por uma mídia e um sistema judicial tendenciosos.

Mas nos três processos foram incluídas evidências de 120 testemunhas de acusação.

18 horas semanais de depoimento
Para responder a essas evidências, Netanyahu será interrogado em primeira instância durante dezenas de horas por seu advogado de defesa, Amit Hadad.

A previsão é que seu depoimento ocorra durante seis horas por dia, três vezes na semana.

Diante desse panorama, muitos questionam se Netanyahu conseguirá conduzir um país que está em guerra em várias frentes e ainda administrar potenciais novas ameaças regionais.

Após diversos adiamentos – o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 tirou o julgamento da agenda – o Tribunal israelense rejeitou o pedido dos advogados para reduzir o horário de depoimento

Embora na noite anterior Netanyahu tenha divulgado um vídeo em que se dizia muito satisfeito em depor, ele tentou ao máximo evitar esse momento e, até a véspera, seus aliados políticos pressionavam para adiar seu depoimento.

Campanha para desacreditar o Judiciário
Depois da vitória de Netanyahu nas eleições de 2022, seu partido lançou uma campanha para restringir os poderes do Tribunal, o que desencadeou protestos em massa no país.

Com a guerra, o julgamento saiu da agenda e Netanyahu abandonou a retórica contra o Judiciário, mas retomou-a nas últimas semanas ante a iminência do seu depoimento.

Dezenas de manifestantes estiveram reunidos nas portas do Tribunal.

Alguns protestavam contra ele, incluindo familiares dos reféns mantidos em Gaza, enquanto outros prestavam seu apoio a Netanyahu.

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