Marco Aurélio de Carvalho destacou que a punição precisa ter caráter pedagógico.
O jurista Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, defendeu que a prisão preventiva de Jair Bolsonaro é uma medida justificável diante das evidências apresentadas pela Polícia Federal (PF), que indicam a participação do ex-capitão em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
“A expectativa é que as medidas contra Bolsonaro sejam incisivas porque elas tem uma dupla dimensão: uma é a da punição propriamente dita, que está presente na legislação penal, e a outra é a pedagógica, dado que ele precisa servir de exemplo para outras pessoas não se sentirem instadas a fazer o mesmo. Quanto à prisão preventiva, é uma medida bem-vinda, os elementos justificam [que ela seja empregada]”, disse, em entrevista à Istoé.
Carvalho destacou que a punição precisa ter caráter pedagógico, além de cumprir a legislação penal, para evitar que outros sejam incentivados a agir da mesma forma. Ele também afirmou que o indiciamento afeta diretamente a situação de Bolsonaro na Justiça Eleitoral, podendo prolongar sua inelegibilidade, e criticou o “silêncio ensurdecedor” de parte das elites e instituições brasileiras frente à gravidade dos fatos.