Sob a liderança do presidente Lula, a reforma de organismos multilaterais foi o tema da 2ª Sessão da Reunião de Líderes do G20, na tarde desta segunda-feira (18), no Rio de Janeiro. Entre os líderes mundiais que vieram ao Brasil para a cúpula estão os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, da China, Xi Jinping, e da França, Emmanuel Macron, o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni.
Um dos pontos centrais na pauta do Brasil, anfitrião do evento, é a reformulação do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). Lula cobrou não apenas a efetividade do órgão – mas também sua ampliação. O conselho é composto por cinco membros permanentes (China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos), além de dez membros não permanentes, eleitos pela Assembleia Geral da ONU a cada dois anos.
Ainda que os membros permanentes tenham direito a vetar qualquer resolução do colegiado, seu funcionamento é ponto constantemente em xeque. Vetos sobre intervenções militares em conflitos internacionais, por exemplo, nem sempre são seguidos.
“Neste ano, a reforma da governança global entrou em definitivo da agenda do G20. Pela primeira vez, o grupo foi à ONU e aprovou com o endosso de outros 40 países um chamado à ação”, discursou Lula. “Mas esse chamado é apenas um toque de despertar. A omissão do Conselho de Segurança tem sido ela própria uma ameaça à paz e à segurança internacional.”
Segundo o brasileiro, o cenário de conflitos mostra o fiasco dos organismos multilaterais no enfrentamento às desigualdades e ao autoritarismo. “Do Iraque à Ucrânia, da Bósnia à Gaza, consolida-se a percepção de que nem todo território merece ter sua integridade respeitada e nem toda vida tem o mesmo valor”, afirmou. “Sanções unilaterais produzem sofrimento a atingem os mais vulneráveis.”
Para Lula, as guerras refletem também o alto preço da financeirização da economia. “A globalização neoliberal fracassou. Em meio às crescentes turbulências, a comunidade internacional parece resignada a navegar sem rumo por disputadas hegemônicas”, disparou. “O confronto não é uma fatalidade. Negar isso é abrir mão de nossa responsabilidade.”
Pela manhã, durante a cúpula, Lula liderou o lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, que contou com a adesão de 82 países. “A fome é produto de decisões políticas que perpetuam a exclusão de grande parte da humanidade”, disse o presidente brasileiro. “Compete aos que estão aqui em volta desta mesa a inadiável tarefa de acabar com essa chaga que envergonha a humanidade.”