“Hoje, como tantas vezes antes, o Brasil reitera sua firme, categórica e constante oposição ao embargo econômico, comercial e financeiro imposto contra Cuba”. A sentença faz parte do discurso feito pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, nesta terça-feira (29), durante reunião da Assembleia Geral da ONU.
O encontro tem como objetivo analisar nova resolução contra o bloqueio dos Estados Unidos à Ilha, imposto há mais de 60 anos. Desde 1992, as autoridades cubanas submetem à ONU proposta para a suspensão do embargo.
Em sua mensagem, que traduz a posição brasileira, Vieira afirmou que o país estava reiterando o pedido, junto aos Estados Unidos, para que sua política em relação a Cuba seja reconsiderada, de maneira a eliminar as sanções, retirando Cuba da lista de Estados patrocinadores do terrorismo e fomentando “um diálogo construtivo baseado no respeito mútuo e na não interferência”.
Conforme destacou o ministro brasileiro, “o embargo causou um sofrimento incalculável ao povo cubano, dificultou o desenvolvimento sustentável de Cuba e, como em muitos outros casos semelhantes, afetou principalmente os mais vulneráveis”.
Vieira ainda salientou que “a persistência dessa medida afeta diretamente o exercício dos direitos humanos do povo cubano, limitando o acesso a bens essenciais, como medicamentos e tecnologias indispensáveis para o desenvolvimento”.
O ministro também afirmou que o Brasil acompanha com grande preocupação a atual situação de emergência energética em Cuba, “agravada pelo embargo e pela recente passagem do furacão Oscar, que causou perdas humanas e destruição significativa na região oriental de Cuba”.
Para ajudar a mitigar essa situação, disse, o Brasil ativou “medidas de cooperação e assistência, buscando soluções para fornecer combustíveis e alimentos à população cubana através de diversos canais”.
Vieira também lembrou que em setembro de 2023, durante a 47ª Cúpula do G77 e China em Havana, Brasil e Cuba assinaram uma “Carta de Intenções” para estabelecer um programa de cooperação na área agrícola.
“A operação incluiu a doação de arroz e leite em pó a Cuba, destinados a melhorar a segurança alimentar. O Brasil forneceu 20.000 toneladas de arroz e 3.116 toneladas de leite em pó, distribuídos à população cubana para ajudar a cobrir suas necessidades alimentares básicas”.
Por fim, frisou que o Brasil “continuará comprometido com uma solução baseada nos princípios de solidariedade e cooperação, pois acreditamos firmemente que o fim do embargo será fundamental para que Cuba possa superar os desafios que enfrenta e garantir o bem-estar de seu povo”.