Esteves, do BTG, elogia Haddad e esforço do governo Lula na política fiscal

Esteves, do BTG, elogia Haddad e esforço do governo Lula na política fiscal

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Chairman do BTG Pactual disse que os mercados estão mais pessimistas do que a situação real do país justifica. Ele espera que o PIB cresça 3,1% neste ano

Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, ele apontou uma diferença fundamental: “nós não temos uma impressora de dólares, então precisamos ser mais rigorosos e disciplinados”, afirmou o banqueiro. Para ele, o fato de que o tema é amplamente discutido no Brasil já é um indicativo de que o país está no caminho certo. “O primeiro passo para resolver um problema é identificá-lo. Nos EUA, vocês não estão nem discutindo o assunto”, completou.

Esteves também fez uma defesa da economia brasileira, afirmando que os mercados estão mais pessimistas do que a situação real do país justifica. Ele mencionou que o PIB deve crescer 3,1% este ano, sem grandes problemas no balanço externo, e reconheceu que a inflação está um pouco acima da meta. Ainda assim, ele admitiu que falta confiança dos investidores nos resultados fiscais de longo prazo, embora tenha elogiado o trabalho de Haddad em criar uma estrutura que possa trazer estabilidade.

“A boa notícia é que o Brasil tem passado por importantes reformas estruturais nos últimos anos”, comentou Esteves, referindo-se às reformas trabalhista, previdenciária e tributária aprovadas. Ele ponderou que ainda é cedo para apontar erros do atual governo e evitou fazer críticas diretas. “Honestamente, acho que o governo está fazendo um bom trabalho para o fiscal”, afirmou.

Embora tenha elogiado o trabalho do governo no campo fiscal, Esteves expressou preferência por uma política fiscal mais rígida em detrimento de uma política monetária restritiva. Segundo ele, com o desemprego em níveis historicamente baixos, o Brasil pode começar a rever algumas medidas de proteção social para incentivar o retorno das pessoas ao mercado de trabalho.

O banqueiro também comentou sobre a transição no comando do Banco Central, prevendo uma passagem tranquila de Roberto Campos Neto para Gabriel Galípolo. Ele destacou que a credibilidade da instituição vai além de seu presidente, sendo fruto de uma tradição de quase três décadas de independência prática do BC. O próximo presidente deve manter essa tradição e tomar decisões técnicas, declarou.

Quando questionado sobre o ambiente de negócios no Brasil, Esteves reconheceu avanços, mas afirmou que ainda há muito a ser feito. O Brasil foi um dos cinco maiores destinos de investimento direto no mundo nos últimos 20 anos, destacou ele, apontando que o país está no caminho certo. “Lógico que está longe do ideal, poderíamos ter menos impostos, um regime mais simples. Mas a reforma tributária é um passo nessa direção”, comentou.

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