Divergências internas e rejeição crescente colocam futuro político do ex-juiz parcial em xeque dentro do partido.
O isolamento de Sergio Moro no União Brasil do Paraná ficou ainda mais evidente após a derrota do candidato do partido à Prefeitura de Curitiba, Ney Leprevost, nas eleições municipais de 2024. Leprevost, que terminou em 4º lugar com apenas 6,4% dos votos, culpa diretamente o senador e ex-juiz por seu desempenho negativo. Segundo o ex-candidato, a alta rejeição de Moro tanto na capital quanto no interior do estado foi um fator determinante para o fracasso da campanha. Além disso, Leprevost acusou Moro de “trair” sua esposa, Rosangela Moro, ao colocá-la como vice em sua chapa e, em seguida, “abandonar” a campanha por vaidade, destaca o Metrópoles.
As tensões entre Moro e outros integrantes do União Brasil no Paraná vêm crescendo desde as eleições de 2022, quando divergências sobre o uso do fundo partidário começaram a minar suas relações dentro da legenda. O pleito municipal de 2024 agravou a situação, e interlocutores da sigla afirmam que não há mais “clima” para a permanência de Moro no partido. Muitos avaliam que o senador não terá protagonismo na legenda e especulam sobre sua saída nos próximos meses. Até o momento, ele conta com o apoio de apenas um dos 12 deputados estaduais e federais do União Brasil no estado.
Ainda de acordo com a reportagem, apesar do isolamento crescente no Paraná, a direção nacional do União Brasil adota um tom cauteloso em relação a uma eventual saída de Moro. Antonio Rueda, presidente do partido, declarou desconhecer as divergências internas envolvendo o senador e reforçou que Moro ainda é um “quadro importante” dentro da legenda.