Governo decide iniciar operação de retirada de brasileiros que vivem no Líbano

Governo decide iniciar operação de retirada de brasileiros que vivem no Líbano

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Cerca de 3 mil pessoas deverão ser resgatadas do país que está sendo vítima de ataques de Israel

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu nesta segunda-feira (30), o início de uma operação de resgate para repatriar brasileiros que vivem no Líbano, em meio à escalada do conflito na região. A operação será conduzida pela Força Aérea Brasileira (FAB), com os primeiros voos previstos para os próximos dias, provavelmente no final de semana, informa Kennedy Alencar, no UOL.

O governo estima que cerca de 3.000 brasileiros serão retirados do país, número que é o dobro dos resgatados em Israel e na Palestina no ano passado, quando 1.500 brasileiros foram evacuados em 12 voos.

O Líbano tem enfrentado intensos bombardeios de Israel, com o mais recente ataque, ocorrido na manhã desta segunda-feira, deixando ao menos 11 mortos no nordeste do país. Esses ataques seguiram-se à confirmação da morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, no domingo, intensificando ainda mais a tensão na região.

Até o momento, dois brasileiros morreram vítimas dos bombardeios

Até o momento, dois brasileiros foram vítimas fatais dos bombardeios no Líbano. Myrna Raef Nasser, de 16 anos, morreu no dia 23 de setembro após sua casa ser atingida por um ataque aéreo. Myrna vivia com a família no Líbano desde que tinha pouco mais de um ano, mas nasceu em Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Seu pai também faleceu no ataque, enquanto a mãe e os três irmãos sobreviveram.

Outra vítima foi o jovem Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, que morreu ao lado de seu pai, Kamal Abdallah, na cidade de Kelya, a 30 quilômetros de Beirute. Ali nasceu em Foz do Iguaçu, no Paraná, enquanto seu pai, que tinha nacionalidade paraguaia, não era cidadão brasileiro.

Em resposta aos ataques, o governo brasileiro condenou os bombardeios israelenses “contra zonas civis densamente povoadas” no Líbano e expressou solidariedade às famílias das vítimas. A nota oficial reitera o apelo para que as partes envolvidas no conflito cessem imediatamente as hostilidades.

Na ONU, Lula pediu cessar-fogo

Durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU, o presidente Lula criticou as ações militares de Israel no Líbano, reforçando a necessidade de um cessar-fogo e alertando sobre a gravidade da situação. O secretário-geral da ONU, António Guterres, também se manifestou, destacando que o Líbano não pode se tornar uma nova Faixa de Gaza, referindo-se à crise humanitária que o país enfrenta.

De acordo com a ONU, o número de deslocados internos no Líbano mais que dobrou desde o início dos confrontos, com mais de 250 mil pessoas forçadas a deixar suas casas. Desse total, cerca de 200 mil estão abrigadas em instalações temporárias dentro do Líbano, como escolas convertidas em abrigos, enquanto outras 50 mil fugiram para a Síria, aumentando a pressão sobre a infraestrutura humanitária da região.

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