Após X indicar representante legal no Brasil, Moraes dá 5 dias para envio de mais informações sobre regularidade da empresa ao STF

Após X indicar representante legal no Brasil, Moraes dá 5 dias para envio de mais informações sobre regularidade da empresa ao STF

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Ministro pediu dados à Receita, ao BC, à PF, à Anatel e ao próprio site; enquanto isso, acesso segue proibido

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes definiu neste sábado (21) novos prazos para o X – rede social do bilionário Elon Musk – apresentar mais documentos que comprovem a regularidade da empresa no Brasil.

O ministro deu cinco dias para o X entregar papéis sobre a indicação da advogada Rachel Villa Nova Conceição como representante legal no país (veja mais detalhes abaixo). E pediu que, em 48 horas, órgãos do governo atualizem a situação cadastral da firma no Brasil.

Na noite desta sexta-feira (20), o X informou ao STF que a advogada voltará a representar a empresa em processos judiciais. Moraes tinha dado 24 horas para que o site esclarecesse essa contratação.

Para Moraes, no entanto, as informações apresentadas não são suficientes para que o X seja autorizado novamente a operar no país. Ou seja, o X segue suspenso em todo o Brasil – e quem acessar o site, inclusive com o uso de VPN, pode ser multado pelo STF.

“A decisão judicial proferida em 19/9/2024 – para que os advogados comprovassem, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a regularidade e validade da representação legal da empresa X Brasil Internet Ltda […] não foi devidamente cumprida, como apontam as justificativas apresentadas aos autos”, diz trecho da nova decisão de Moraes.

Novos prazos
No despacho deste sábado, Moraes dá 48 horas para órgãos federais atualizarem a situação do X no Brasil:

a Receita Federal e o Banco Central deverão informar a situação legal da empresa no país;
A Polícia Federal e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) terão de enviar “relatórios” sobre o acesso atual de brasileiros à plataforma X – que, em tese, deveria estar suspensa – para calcular a multa a ser aplicada ao site;
a Secretaria Judiciária do próprio STF deverá informar a multa acumulada até aqui pelo X e as ordens judiciais pendentes de cumprimento.
Para o próprio X, Moraes dá cinco dias para que sejam enviados ao tribunal:

as procurações societárias originais outorgadas pelo Twitter nos Estados Unidos e pela T.I. Brazil Holdings à nova representante legal no Brasil – a advogada Rachel Villa Nova Conceição;
a documentação emitida pela Junta Comercial de São Paulo comprovando que a advogada é a nova representante legal do Twitter no Brasil.
Burlando daqui, cumprindo de lá
Ao longo da semana, o X fez dois movimentos distintos em relação ao país – uma tentativa de “burlar” o bloqueio do site e, ao mesmo tempo, sinalizações de que passaria a cumprir as ordens do STF.

Tentativa de “burlar o bloqueio”

  • Na quarta-feira (18), usuários do X indicaram que estavam conseguindo acessar o site, mesmo sem usar VPN.
  • Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), isso aconteceu porque o X migrou os servidores para um novo IP, o que teria driblado o bloqueio já definido pelas operadoras no Brasil.
  • A Anatel avaliou que a atitude “demonstra intenção deliberada de descumprir” a determinação do Supremo. E disse que as operadoras conseguiram restabelecer o bloqueio.
  • Moraes definiu multa de R$ 5 milhões por dia caso o X continuasse contornando o bloqueio – o valor total a ser pago ainda não foi divulgado.
    Sinalizações de adequação às decisões

Ao determinar a suspensão do X em todo o território nacional, Moraes havia indicado três motivações principais:

  • a decisão do X de não bloquear contas que divulgavam mensagens criminosas ou antidemocráticas;
  • o não pagamento das multas aplicadas ao X por manter essas contas no ar;
  • a decisão do X de fechar o escritório no Brasil – e, com isso, deixar de ter um representante legal no país para lidar com os inquéritos no STF.
  • O ponto 1, relativo ao bloqueio das contas, começou a ser atendido nesta quinta. Usuários com acesso ao site indicaram que essas contas, de fato, começaram a ser suspensas.

O ponto 2, das multas, foi cumprido de forma compulsória. Moraes determinou o bloqueio de bens do X e da Starlink (empresa também ligada a Elon Musk) e, em seguida, a transferência de R$ 18,3 milhões em ativos das empresas para a conta da União.

O ponto 3, em tese, teria sido resolvido com a indicação da advogada Rachel Villa Nova Conceição. Moraes, no entanto, pediu essa documentação adicional antes de tomar uma decisão.

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