Os deputados Josimar Maranhãozinho (MA), Bosco Costa (SE) e Pastor Gil (MA), todos do PL de Bolsonaro, foram acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos crimes de corrupção passiva e organização criminosa.
Trata-se da primeira denúncia da PGR, sob o comando de Paulo Gonet, contra parlamentares ao Supremo Tribunal Federal (STF). O relator do caso é o ministro do Supremo Cristiano Zanin, que já intimou os acusados para apresentar defesa prévia.
Depois do parecer do relator, a Primeira Turma do STF julgará se transforma os três parlamentares em réus.
A reportagem do UOL diz que as denúncias envolvem o envio de emendas dos três parlamentares para a Prefeitura de São José de Ribamar (MA), que fica a 30 km da capital São Luís.
A PGR diz que eles extorquiram o prefeito do município na época, Eudes Sampaio, a devolver R$ 1,6 milhão que correspondia a um percentual das emendas. Como prova, os procuradores apresentaram trocas de mensagens que revelam a pressão do grupo sobre o prefeito, que não repassou o dinheiro.
Mesmo assim, a PGR considerou que houve corrupção passiva, que consiste em solicitar ou receber vantagem indevida, com pena prevista de um a oito anos de prisão.
Na denúncia, os procuradores relatam que a Polícia Federal (PF) já havia apontado que o grupo tinha um braço armado para realizar ações violentas. Houve ações de monitoramento do prefeito, mas nenhum ato específico de violência.
Em 2022, inquérito da PF concluiu que Josimar Maranhãozinho participou de um suposto esquema que utilizava empresas fantasmas para fraudar obras de pavimentação em estradas da cidade maranhense de Zé Doca, onde a irmã do parlamentar era prefeita.
Maranhãozinho foi indiciado pela PF em três inquéritos diferentes. Ele também foi flagrado em vídeos carregando caixas de dinheiro em dezembro de 2021, mas até o momento não houve denúncia sobre esse caso. A PF concluiu que o dinheiro era resultado de corrupção.