Representação diplomática, que abriga opositores do regime, teve energia cortada.
O cerco à embaixada da Argentina em Caracas, assumida pelo Brasil após a expulsão de diplomatas argentinos pelo governo de Nicolás Maduro, elevou as tensões diplomáticas na região. Relatos enviados ao Itamaraty indicam que agentes das forças de segurança venezuelanas cercaram o local na noite de sexta-feira (6), onde cinco membros da oposição venezuelana, abrigados pela embaixada, estão refugiados, informa Jamil Chade, no UOL.
A pressão do governo Maduro aumentou depois que a Argentina apresentou um pedido ao Tribunal Penal Internacional para a prisão de Maduro, intensificando o cerco ao local que agora é administrado pelo Brasil.
Pedro Noselli, coordenador internacional da líder opositora María Corina Machado e um dos asilados, relatou nas redes sociais que homens encapuzados e armados começaram a cercar a embaixada por volta das 20h30, horário local. Noselli continuou a divulgar atualizações, mostrando um aumento no número de agentes e veículos de patrulha ao redor do local.
Energia da embaixada foi cortada
Omar Gonzalez Moreno, outro opositor asilado e aliado de Corina, também usou as redes sociais para divulgar que a energia da embaixada foi cortada, aumentando o clima de tensão. O governo Maduro já havia expulsado diplomatas argentinos logo após as eleições de 28 de julho, em retaliação à decisão do governo argentino de Javier Milei de não reconhecer a vitória de Maduro e de afirmar que o pleito foi fraudulento.
Para evitar uma crise mais grave, o Brasil firmou um acordo para assumir a responsabilidade pelos interesses argentinos em Caracas, incluindo a embaixada. Um acordo semelhante foi feito com a embaixada do Peru, que também teve seus diplomatas expulsos por razões semelhantes. O Brasil chegou a hastear sua bandeira no local, tornando-o oficialmente uma extensão de seu território, protegendo-o da intervenção das forças venezuelanas.
O governo brasileiro declarou que mantém a representação da Argentina em Caracas e que qualquer alteração deve aguardar a nomeação de um substituto por parte da Venezuela. Até lá, Lula assegura que o Brasil continuará a desempenhar essa função.