Cerca de 40 mil pessoas perderam a vida em Gaza desde que tiveram início os ataques de Israel, em outubro, segundo dados do Ministério da Saúde local, apresentados pelas Nações Unidas nesta quinta-feira (15). O número equivale a 130 mortes por dia nesses dez meses. A grave situação na região levou o papa Francisco a fazer, no mesmo dia, um novo apelo por um cessar-fogo imediato.
Ainda de acordo com as autoridades palestinas, a estimativa é de que 2% da população da região foi morta, o que corresponde a um óbito a cada 50 pessoas, e 10 mil corpos continuam sob escombros de edificações destruídas.
“Enquanto o mundo reflete e considera sua incapacidade de evitar essa carnificina, peço a todas as partes que concordem com um cessar-fogo imediato, deponham as armas e parem com a matança de uma vez por todas”, declarou o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk.
Turk também salientou que o dia de hoje, quando este alto número de vítimas foi alcançado, “é um marco sombrio para o mundo”. Ele completou enfatizando que a maioria dos mortos é de mulheres e crianças e acrescentou: “Essa situação inimaginável se deve, em grande parte, às falhas recorrentes das Forças de Defesa de Israel em cumprir as regras da guerra”.
Apelo papal
Tamanha carnificina e o quadro humanitária desolador enfrentado pelos palestinos também levaram o Papa Francisco a, novamente, apelar para a paz nesta quinta (15). “Continuo acompanhando com preocupação a gravíssima situação humanitária em Gaza e peço mais uma vez que o fogo seja cessado em todos os frontes, que os reféns sejam libertados e que se ajude a população esgotada”, afirmou o pontífice.
“Encorajo todos a realizar todos os esforços para que o conflito não se amplie e a percorrer os caminhos das negociações a fim de que essa tragédia termine em breve. Não nos esqueçamos que a guerra é uma derrota”, completou o papa.
Negociações
Ambas as manifestações — da ONU e do Papa — acontecem no mesmo dia escolhido para uma nova reunião entre mediadores dos Estados Unidos, Catar e Egito e representantes de Israel e do Hamas para buscar um acordo que cesse os ataques.
Comunicado sobre o encontro, marcado na semana passada, dizia que “é hora de trazer alívio imediato tanto para o povo de Gaza, que está sofrendo, quanto para os reféns e suas famílias, que também enfrentam grande sofrimento”.
Nesta terça (13), o Hamas disse que não enviaria representante por considerar que Israel está dificultando as negociações — o governo israelense, por sua vez, afirma que a culpa pelo atraso seria do grupo palestino.
No entanto, reportagem recente do The New York Times mostrou o contrário do alegado por Benjamin Netanyahu, apontando que seu governo teria feito exigências que inviabilizariam a trégua, entre elas a permanência das forças israelenses no controle da fronteira sul de Gaza e uma menor flexibilidade para que palestino retornem às suas casas ao fim do conflito.
*Com agências