Pablo Marçal e a prepotência do debate visando apenas as redes sociais

Pablo Marçal e a prepotência do debate visando apenas as redes sociais

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Pablo Marçal conseguiu “gerar cortes” para suas redes, mas com um alto custo.

A noite de debates da última quinta-feira (8) rendeu uma série de cortes virais nas redes sociais. Entre ataques, cabeçadas e disputas por espaço nas redes sociais, um ator se destacou pelas cenas protagonizadas: Pablo Marçal. O coach e agora candidato à prefeitura de SP foi o destaque entre os recortes, angariando algumas manifestações de apoio entre seus próprios apoiadores, mas também uma legião de críticas pelo seu comportamento durante o debate. Ao analisarmos os comentários realizados sobre o debate em portais de imprensa no Instagram, observamos um padrão crítico ao comportamento do coach, dentre os quais se destacam os seguintes temas:

Desempenho e comportamento em debates (40%): Destacam seu comportamento considerado desequilibrado, inadequado e até ofensivo. A menção ao uso de boné e sua postura agressiva são aspectos frequentemente citados.

Comparações negativas (25%): É comparado de forma pejorativa a outras figuras políticas, como Bolsonaro e Padre Kelmon, sugerindo que ele encarna aspectos negativos dessas figuras. Esse tema envolve caracterizações que o descrevem como alguém despreparado e envolvido em “espetáculos” políticos.

Inteligência emocional (20%): Questionam a saúde mental de Marçal, associando suas ações a surtos psicóticos ou desequilíbrios emocionais. Há também críticas ao fato de ele se autodenominar especialista em inteligência emocional, mas não demonstrar esse controle em suas aparições públicas.

Defesa do comportamento de Marçal (10%): Defende Marçal, elogiando sua “coragem” em falar o que outros não falam e em se posicionar de forma contundente. Esses comentários muitas vezes sugerem que ele está enfrentando um “sistema” ou se colocando contra o status quo.

Legitimidade política (5%): Questionam a legitimidade de Marçal como candidato à prefeitura de São Paulo, considerando sua presença na política como um sinal de problemas maiores no sistema democrático. Esse tema é menor, mas significativo dentro do conteúdo analisado.

O conteúdo acima, oriundo de uma análise de mais de 24 mil comentários realizados no Instagram, indica que se Pablo Marçal conseguiu sim produzir recortes, os seus adversários também o conseguiram. Se considerarmos ainda o Google-BR como um dos “termômetros” para identificar o que gerou o interesse das pessoas, o cenário é ainda mais interessante: termos como ÁGUA BRANCA, CONDENAÇÃO DE PABLO MARÇAL, OPERAÇÃO ÁGUA BRANCA, PABLO MARÇAL CONDENADO BANCO e PABLO MARÇAL FOI CONDENADO foram os destaques entre os termos em ascensão. Com ICL.

Assim, alguma análise pode até alegar que a estratégia de Pablo Marçal, neste debate, era produzir cortes para as redes sociais – e não estará errado. Mas essa estratégia teve um custo bastante alto, oriundo principalmente da prepotência do coach em lidar com um ambiente tão estratégico como o é o de um debate eleitoral, algo que levou até mesmo o experiente comunicador José Luiz Datena a admitir que “não esteve à altura do debate” a se desculpar pelo seu “desempenho no evento”.

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