Apesar de quase mil sanções dos EUA, país controlou inflação e é o que mais cresce na AL em 2024, diz economista.
O conjunto de saídas encontradas pelo governo de Nicolás Maduro para superar os imensos obstáculos gerados pelas sanções econômicas impostas unilateralmente pelos EUA contra a Venezuela “é invejável”. A declaração foi feita pela economista Juliane Furno nesta quinta-feira (1) ao Brasil de Fato.
“O plano de recuperação da Venezuela é invejável”, disse ela sobre a nação sul-americana, que viu um aumento em seu PIB de mais de 5% em 2023.
“A Venezuela saiu de uma inflação mensal de 97% em junho de 2018 para 1% em junho deste ano. É o segundo país que mais cresceu na América Latina ano passado, o que mais deve crescer neste ano. E estamos falando de um país que convive com 930 sanções.”
A economista, que é professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, esteve recentemente de férias na Venezuela e diz ter ficado impressionada com a “normalidade” que presenciou nas ruas de Caracas.
“A imprensa noticiou o desabastecimento, mas não a recuperação. Fiquei chocada que lá tinha de tudo, gente brincando na praça, tomando sorvete. Uma cidade [Caracas] absolutamente normal”, disse.
Surpreendentemente, um dos motivos para o crescimento econômico foi uma consequência das próprias sanções, segundo Furno. O que era designado para asfixiar a Venezuela, obrigou o governo a buscar soluções mais sustentáveis e diversificadas
“As sanções são péssimas, mas levaram o governo Maduro a fazer o que Chávez não fez: diversificar sua economia, que era totalmente dependente da venda de petróleo. Hoje eles produzem 90% dos alimentos que consomem, um país que não produzia nem um quilo de arroz”, completa.