Acuado com o indiciamento de Jair Bolsonaro no caso das joias, o deputado afirmou que apresentará uma proposta para que o príncipe herdeiro da Arábia peça de volta os presentes.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou as investigações da Polícia Federal sobre as joias sauditas recebidas por Jair Bolsonaro (PL) e afirmou se tratar de perseguição política. O parlamentar aproveitou para alfinetar o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. O congressista disse que vai apresentar uma proposta para que Mohammed bin Salman, o príncipe herdeiro e atual primeiro-ministro da Arábia Saudita, peça de volta os presentes.
“Esperar serenidade e bom-senso dessa Polícia Federal, que são as cadelas do Alexandre de Moraes, não dá mais”, disse o filho de Bolsonaro, conforme reportagem publicada esta semana pelo jornal Gazeta do Povo. “Eu tenho certeza de que ele [Bin Salman] nem sabe que isso tudo está acontecendo. Ele quis fazer um aceno, um agrado para o presidente da República do Brasil. Estão tentando transformar isso em um caso de corrupção. Então, se possível, eu gostaria que o Mohammed bin Salman pedisse de volta esses presentes, e eu estou para oficiar a embaixada da Arábia Saudita sobre esse caso”.
Sobre as críticas de Eduardo ao STF, trata-se de uma estratégia muito usada pela extrema direita em países como Brasil e Estados Unidos, onde o estrategista Steve Bannon, 69 anos, adotou os ataques ao Judiciário como uma forma de se dizer que a Justiça atrapalha eventuais governabilidades de político da direita. Em janeiro de 2021, quando Trump perdeu a eleição, vários apoiadores invadiram o Legislativo e acusaram o sistema eleitoral de ser fraudulento.
No Brasil, Jair Bolsonaro tentou passar para a população a mensagem de que o STF atrapalhava o seu governo. O ministro da Corte Alexandre de Moraes tem atuação em inquéritos como venda ilegal de joias, fake news e trama golpista. As três investigações envolvem o ex-mandatário.