Desvios milionários e mentiras: o que a PF aponta sobre caso das joias

Desvios milionários e mentiras: o que a PF aponta sobre caso das joias

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Trocas de mensagens deixam claro que Bolsonaro sabia da venda do kit de joias nos Estados Unidos, aponta a Polícia Federal

O relatório da Polícia Federal (PF) sobre a investigação da venda ilegal de joias recebidas como presente pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) indica desvios milionários e mentiras do clã Bolsonaro. O documento teve o sigilo retirado na segunda-feira (8/7) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do caso.

As diligências da PF apontam que teria havido a movimentação de R$ 6,8 milhões (US$ 1,2 milhão) com a venda ilícita de bens. O entendimento dos investigadores é que houve “enriquecimento inadmissível” pelo então presidente da República. O documento indicia Bolsonaro e mais 11 pessoas. O registro oficial da apuração foi entregue ao STF fisicamente na sexta-feira (5/7).

Para a PF, os investigados mentiram em uma “estratégia articulada” ao afirmarem falsamente que colocavam as joias recebidas como presente na Fazenda Piquet, de propriedade do tricampeão de Formula 1 Nelson Piquet.

motivo de uma viagem do advogado Frederick Wassef para os Estados Unidos. Wassef disse que a ida dele era a turismo e já estava marcada. A PF afirma no relatório que Wassef foi de última hora. O motivo era recomprar um relógio Rolex dado ao governo brasileiro e vendido pelos investigados.

A urgência da ida aos EUA ficou evidenciada, diz o relatório, por uma cobrança de Wassef a um agente de viagens. “Só não pode ter furo. É urgente a situação”, escreveu Wassef.

Para a PF, as trocas de mensagens deixam claro que Bolsonaro sabia da venda de um kit nos Estados Unidos. Em 4 de fevereiro de 2023, Mauro Cid enviou a Bolsonaro o link de um leilão marcado para 8 de fevereiro.

O relatório cita que, cerca de um minuto depois, Bolsonaro responde “Selva” a Mauro Cid, que seria uma sinalização de ciência do leilão. Os dados foram extraídos de um celular de Bolsonaro apreendido durante as investigações.

Dinheiro
Os investigadores deixaram registrado no relatório que houve conversas de WhatsApp entre Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e o ex-assessor Marcelo Câmara nas quais Cid diz que é preciso evitar deixar rastros. “Quanto menos movimentação [de dinheiro] em conta melhor, né?”, escreveu Cid. A conversa é do dia 18 de janeiro de 2023, data em que Câmara estava com Bolsonaro em Orlando, nos Estados Unidos.

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