“Devo pedir desculpa à comunidade internacional pelo alarme gerado”, afirmou o ex-presidente boliviano.
Em uma declaração contundente, o ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, acusou o atual presidente, Luis Arce, de mentir sobre os eventos que envolvem a recente tentativa de golpe de estado no país. Segundo Morales, “o presidente Luis Arce enganou e mentiu ao povo boliviano e ao mundo. É lamentável que seja utilizado um tema tão delicado como o relato de um golpe.”
Estas afirmações foram feitas em um contexto de crescente tensão política entre os dois líderes, que embora façam parte do mesmo partido socialista MAS, tornaram-se rivais nos últimos anos. Morales, que renunciou em 2019 após uma eleição contestada que desencadeou protestos violentos, agora planeja concorrer contra Arce nas eleições presidenciais de 2025.
O Contexto da Declaração
As declarações de Morales vieram à tona após uma entrevista concedida por Luis Arce à Reuters em 28 de junho de 2024. Na entrevista, Arce relatou que o apoio nas ruas fortaleceu seu governo após uma tentativa de golpe militar fracassada poucos dias antes. Ele afirmou que continuará trabalhando até o último dia de seu mandato.
De acordo com Arce, a tentativa de golpe foi liderada por um general dissidente, Juan Jose Zuniga, que exigia uma reformulação do governo. Unidades militares descontentes ocuparam a praça central de La Paz e utilizaram um veículo blindado para arrombar a porta do palácio presidencial, permitindo a entrada de soldados. Arce alertou que o país estava enfrentando uma tentativa de golpe e convocou seus apoiadores a se mobilizarem. Em um confronto direto, ele ordenou ao general que recuasse, e horas depois, com o apoio ao golpe desmoronando, os soldados recuaram. Zuniga e dezenas de outros foram presos.
Morales Pede Desculpas
Frente às alegações de Arce, Morales pediu desculpas à comunidade internacional pelo que chamou de alarme desnecessário. “Devo pedir desculpa à comunidade internacional pelo alarme gerado e agradecer a sua solidariedade para com o nosso país. É importante que uma investigação completa e independente demonstre a veracidade deste fato”, afirmou o ex-presidente.