Lula: ‘Vamos parar de ver a dívida pública com tanto medo’

Lula: ‘Vamos parar de ver a dívida pública com tanto medo’

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Comparado com países como Estados Unidos, Japão, Itália e França, dívida brasileira “não é dívida, é troco, de tão pequena que é”, disse Lula em reunião do Conselhão.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apelou contra as investidas do mercado financeiro em relação a um pretenso descontrole da dívida pública no país. Disse que quem apostar na valorização do dólar contra o real vai acabar perdendo dinheiro. E reclamou dos “cretinos” da imprensa que atribuíram à alta do dólar a suas falas recentes.

“Vamos parar de ver a dívida pública com o medo que se olha. A dívida pública brasileira, comparada à dos Estados Unidos, do Japão, da Itália e da França, não é dívida, é troco, de tão pequena que é”, disse Lula, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (Cdess) – o Conselhão – que reúne empresários e integrantes da sociedade civil.

Ele aproveitou a cerimônia para reagir ao mal-estar do mercado. “Como vamos fazer os empresários investirem se o mercado não reage? Não o mercado da Faria Lima ou da Fiesp, não. O mercado envolvendo 200 milhões de habitantes. Se esse mercado não tiver poder de compra e capacidade de crédito, ele vai pra onde?”

O dólar e os “cretinos”
Sobre a recente alta do dólar, que desde ontem está girando em torno de R$ 5,50, Lula criticou as análises precipitadas que atribuem a ele a recente alta. No cenário internacional, a moeda americana vem sendo pressionada pela perspectiva de queda na taxa de juros nos Estados Unidos. Mas o mercado atribuiu a variação às declarações de Lula em entrevista nesta quarta, quando relativizou se seria mais importante cortar gastos ou aumentar a arrecadação.

“Os cretinos não perceberam que o dólar tinha subido 15 minutos antes de dar entrevista. Então, esse mundo perverso, das pessoas colocarem para fora aquilo que querem, sem medir a responsabilidade do que vai acontecer, é muito ruim”, criticou.

Além disso, destacou que nos últimos 15 meses, os bancos públicos estão emprestando mais do que o setor privado. Isso porque, segundo ele, os bancos privados preferem investir em títulos da dívida pública, por conta da taxa de juros fixada em 10,5% ao ano.

Defendeu investimentos em educação, como, por exemplo, o programa Pé-de-Meia, que tem por objetivo estimular a permanência dos adolescentes na escola. E também reagiu às criticas contra a política de valorização do salário mínimo. “Então quando alguém fala assim para mim, ‘o mínimo está muito alto’, pelo amor de Deus, o mínimo é o mínimo…”

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