Esquerda se une para eleições antecipadas em Nova Frente Popular, superando em parte divergências sobre Ucrânia e Gaza
Centenas de milhares de cidadãos marcharam neste sábado (15/06) contra a extrema-direita em várias cidades da França. Além de grupamentos políticos, sindicatos, ativistas antirracistas e associações da sociedade civil participaram dos atos.
Cálculos preliminares prediziam uma participação entre 300 mil e 500 mil, mas a polícia estimou em 250 mil o total de manifestantes. Foram mobilizados cerca de 21 mil policiais e guardas nacionais. Ao todo estão previstas cerca de 200 passeatas no país, ao longo do fim de semana.
Além de ter vencido no país as recentes eleições para o Parlamento Europeu, o partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen, é projetado como vencedor das legislativas antecipadas, convocadas pelo presidente Emmanuel Macron para 30 de junho e 7 de julho, diz o Opera Mundi.
Atualmente liderada por Jordan Bardella a sigla populista de direita mantém a presença de Le Pen. No pleito europeu do primeiro fim de semana de junho, ela venceu com 31,5% dos votos, enquanto a aliança centrista encabeçada pelo partido de Macron, Renascimento (RE), ficou com 15,2%.
Nova Frente Popular contra Le Pen
Numa tentativa de travar a extrema direita, os principais partidos de esquerda – desde a mais radical França Insubmissa (LFI) aos socialistas, passando por Os Ecologistas (EELV) – se uniram numa “Nova Frente Popular”.
Entre os candidatos da coligação está o socialista François Hollande, presidente entre 2012 e 2017. Na quinta-feira, ele apoiou de forma plena a criação da Nova Frente Popular, insistindo em que é preciso ir “além das divergências”, perante o risco de um Executivo liderado pela extrema-direita.