Em entrevista, presidente blinda ministro da Fazenda e destacou “que não será refém de um sistema financeiro que domina a imprensa”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e destacou o papel do ministro como copiloto de um projeto que tem por objetivo incluir os pobres no orçamento.
“Eu não sou presidente de um ano e já vivi isso muitas vezes: estamos cada vez mais reféns de um sistema financeiro que praticamente domina a imprensa brasileira”, disse Lula a jornalistas durante entrevista coletiva na Itália.
Na ocasião, Lula disse ter identificado uma campanha em andamento nos meios de comunicação e em alguns setores na tentativa de fragilizar Haddad em meio a dificuldades no Congresso de emplacar ações que melhorem a arrecadação do governo.
“O Haddad jamais ficará enfraquecido enquanto eu for presidente da República. Ele é o meu ministro da Fazenda, escolhido e mantido por mim. Então, é o seguinte: se o Haddad tiver uma proposta, o que vai acontecer? Ele vai me procurar esta semana pra discutir economia comigo”, resumiu. “E eu quero antecipar: a gente não vai fazer ajuste (fiscal) em cima dos pobres.”
Juros valem mais que inflação
O presidente também observou que a questão do déficit fiscal sempre tem muito mais destaque no noticiário do que os juros de 10,25% ao ano mantido pelo Banco Central, antes uma inflação inferior a 4%.
“Enquanto isso fazem festa para o presidente do Banco Central em São Paulo. Normalmente os que foram na festa devem estar ganhando dinheiro com a taxa de juros. Então, a questão econômica é coisa séria.”
Lula disse que os que “ficam criticando os gastos do governo” são os mesmos que foram para o Senado pressionar pela manutenção da desoneração que reduz as contribuições previdenciárias de 17 setores da economia – e responsabilizou parlamentares e os grupos empresariais a apresentarem uma alternativa.
*GGN