Coalizão de Netanyahu à beira do colapso com ameaças da extrema direita

Coalizão de Netanyahu à beira do colapso com ameaças da extrema direita

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Em meio às crescentes pressões interna e internacional para que Israel aceite um acordo de cessar-fogo em Gaza, o governo de Benjamin Netanyahu enfrenta uma crise sem precedentes. Deputados de extrema direita ameaçam romper com a coalizão governamental, o que poderia derrubar o governo.

Mediadores como EUA, Catar e Egito voltaram a discutir uma proposta para o fim das hostilidades e retorno dos reféns, com um apelo para que tanto Israel quanto Hamas aceitem os termos. Inicialmente, Netanyahu disse que nenhum acordo é aceitável sem a eliminação do grupo palestino.

Os ministros Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich, figuras proeminentes da extrema-direita israelense, declararam publicamente que deixarão o governo caso Netanyahu aceite qualquer proposta sem a destruição completa do Hamas.

“Se o primeiro-ministro colocar este acordo em ação nas condições que foram publicadas hoje, cujo significado é o fim da guerra e o abandono do objetivo de destruir o Hamas, o Poder Judaico desmantelará o governo”, afirmou Ben-Gvir.

Já Ben-Gvir mencionou apenas a destruição total do Hamas como um objetivo de guerra, Smotrich citou que a condição para acabar o conflito passa também pela devolução dos reféns capturados pelo Hamas e a criação de um novo patamar de segurança, tanto na fronteira com Gaza quanto com o Líbano.

“Não concordaremos em acabar com a guerra antes da destruição do Hamas, nem com os graves danos causados às conquistas da guerra até agora por uma retirada das FDI e o regresso dos habitantes de Gaza ao norte de Gaza, e não com a libertação em massa de terroristas que voltará, Deus me livre, a assassinar judeus”, disse Smotrich.

Reação de Netanyahu e pressão internacional

Netanyahu, em resposta à pressão internacional e às ameaças internas, reafirmou seu compromisso com a destruição do Hamas. “As condições de Israel para acabar com a guerra não mudaram: a destruição das capacidades militares e de governança do Hamas, a libertação de todos os reféns e a garantia de que Gaza não representa mais uma ameaça para Israel”, disse ele em comunicado. “A ideia de que Israel concordará com um cessar-fogo permanente antes que estas condições sejam atendidas não faz sentido”.

O presidente dos EUA, Joe Biden, revelou na última sexta-feira (31) um plano em três fases para encerrar o conflito em Gaza. A proposta inclui a retirada das Forças de Defesa de Israel (FDI) de áreas povoadas do território palestino por seis semanas e a libertação de todos os reféns. A trégua evoluiria para um cessar-fogo permanente se o Hamas respeitasse os termos.

“É hora desta guerra acabar”, declarou Biden, sinalizando que os objetivos de guerra de Israel já foram alcançados. No entanto, Netanyahu reafirmou que a destruição do Hamas é uma condição essencial para qualquer acordo de paz. “As condições de Israel para acabar com a guerra não mudaram: a destruição das capacidades militares e de governança do Hamas, a libertação de todos os reféns e a garantia de que Gaza não representa mais uma ameaça para Israel”, afirmou o premier em comunicado.

Enquanto isso, a comunidade internacional, incluindo a ONU e outras potências, incentivam tanto Israel quanto Hamas a aceitarem o acordo. O Hamas se mostrou receptivo à proposta, indicando que está pronto para lidar de forma positiva com qualquer plano baseado em um cessar-fogo permanente.

A pressão sobre Netanyahu aumenta não apenas internamente, mas também nas ruas de Israel. Um protesto em Tel Aviv reuniu cerca de 120 mil pessoas exigindo um acordo de paz e a convocação de eleições antecipadas. O líder da oposição, Yair Lapid, criticou os ministros da extrema-direita e ofereceu apoio a Netanyahu caso ele aceite a proposta. “Este é o pior e mais imprudente governo da história do país”, afirmou Lapid.

A situação continua tensa, com Netanyahu lutando para manter sua coalizão governamental enquanto o mundo aguarda uma resolução para o prolongado conflito em Gaza.

* AFP e CNN

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