Aplaudido de pé em Cannes, documentário de Oliver Stone sobre Lula supera ‘visão colonial’, diz Fernando Morais

Aplaudido de pé em Cannes, documentário de Oliver Stone sobre Lula supera ‘visão colonial’, diz Fernando Morais

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Ainda sem data para estrear no Brasil, longa conta história do presidente desde a infância até eleição de 2022.

A estreia mundial do novo documentário do cineasta estadunidense Oliver Stone aconteceu na edição deste ano do Festival de Cannes de cinema e recebeu amplo apoio do público presente que aplaudiu de pé o longa.

Lula retrata a vida do presidente brasileiro desde a infância até a vitória em 2022. Stone veio ao Brasil para fazer entrevistas com Lula e, após a exibição em Cannes, conversou por telefone com o presidente e prometeu voltar ao país para a estreia em território nacional, que ainda não tem data.

O filme também foi aprovado pelo principal biógrafo do presidente, Fernando Morais. O jornalista e escritor esteve em Cannes e presenciou a primeira exibição do documentário, que avaliou como “muito emocionante”.

Mais do que isso, Morais defende que o filme de Stone “mostra muito de um Brasil que o estrangeiro não está habituado a ver”.

“Acima de tudo esse filme tem o privilégio de fazer com que a classe média norte-americana saiba o que que aconteceu no Brasil, saiba o que que foi a Lava Jato, saiba o que que foi o golpe que derrubou a Dilma Rousseff, saiba que houve uma traição de Michel Temer”, defende em entrevista ao programa “Bem Viver”, na Rádio Brasil de Fato.

Fernando Morais é um dos mais prestigiados biógrafos no Brasil, por ter lançado livros como Olga, Chatô, o Rei do Brasil e O Mago, que conta a vida de Paulo Coelho.

Sua obra mais recente, lançada no final de 2021, é justamente a biografia de Lula, que terá uma segunda parte, ainda sem data definida para lançamento.

Morais comenta que conversou algumas vezes com Stone ao longo da produção do livro, sendo um consultor para temas mais complicados. No entanto, o escritor brasileiro explica que sua principal relação era com os dois codiretores do longa, o venezuelano Maximilien Arvelaize e o argentino Fernando Sulichin.

“Estes dois são, eu diria que, as duas mãos esquerdas do Stone”, brinca Morais.

“Esse filme mostra o Lula dizendo o seguinte, ‘os presidentes norte-americanos, inclusive os democratas, detestam o Brasil, a Hillary Clinton odeia o Brasil’, ele diz com todas essas palavras: ‘a Hillary Clinton odeia o Brasil’”, conta o escritor.

Outro ponto alto do documentário para Morais foi a capacidade de Stone ter contado sobre a história política do continente usando Lula como “narrador”.

“A história do Lula passou a ser uma história referencial de vários presidentes da América Latina dos últimos anos. É muito, muito interessante. Tem trechos de depoimentos do [Hugo] Chaves, do [Fernando] Lugo, do Paraguai, dos Kirchner, o Néstor e a Cristina, do Rafael Correia”, conta.

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