Ação estava prevista para o entorno do Mercado Público; prefeitura diz que equipes atuam em 15 pontos neste sábado.
Após novos alagamentos em Porto Alegre na sexta-feira, a prefeitura da capital gaúcha suspendeu a força-tarefa que tinha previsão de atuar neste sábado na limpeza do entorno do Mercado Público Central, no centro histórico. As chuvas que atingem o estado nas últimas semanas geraram acúmulo de lixo e, como mostrou O Globo, em toda a cidade se proliferam montanhas de descartes de móveis, alimentos, produtos e outros bens destruídos pelas enchentes, que dão um aspecto de lixão a céu aberto.
“A força-tarefa para a limpeza do entorno do Mercado Público, que estava prevista para hoje, está suspensa devido aos alagamentos causados pelas chuvas de ontem”, anunciou a prefeitura em seu perfil no X (antigo Twitter).
Ao todo, 800 garis atuam nos serviços de limpeza dos bairros mais afetados pela cheia do Guaíba, conforme as águas vão baixando, e contam com o auxílio de mais de 200 equipamentos, entre caminhões e retroescavadeiras. Com vários pontos da cidade ainda submersos, no entanto, os profissionais trabalham apenas onde é possível chegar e com muitas limitações. Até sexta-feira, seis bairros permaneciam totalmente inacessíveis. As chuvas de quinta-feira inundaram, inclusive, áreas que não tinham sido alcançados na enchente, como Cavalhada e Restinga.
A prefeitura informou que as equipes do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) atuam neste sábado em 15 localidades onde as águas baixaram. Foram retiradas 8.970 toneladas de resíduos das ruas até a noite de sexta-feira.
O lixo está sendo encaminhado a um aterro emergencial a 22 quilômetros de Porto Alegre, em funcionamento desde quarta-feira. A prefeitura assinou um acordo para a contratação emergencial para o descarte de 77 a 180 mil toneladas de resíduos das enchentes. O novo local, em Gravataí, terá um custo previsto de R$ 19,7 milhões e servirá como depósito para montantes que podem chegar a até 150 vezes a média diária de lixo recolhida na cidade.
A conta da limpeza ultrapassa os R$ 24 milhões, mas deve chegar a mais de R$ 100 milhões, segundo prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB). Um levantamento de pesquisadores do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em parceria com a empresa Mox Debris e voluntários, calcula que o volume de entulho gerado no Estado pode chegar a 46,7 milhões de toneladas.