O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou, nesta quinta-feira (23), a “decisão histórica” de Espanha, Irlanda e Noruega reconhecerem o Estado palestino, decisão que ele considerou positiva para impulsionar os “esforços” de paz no Oriente Médio. “A decisão conjunta de Espanha, Noruega e Irlanda de reconhecer a Palestina como um Estado é histórica por duas […]
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou, nesta quinta-feira (23), a “decisão histórica” de Espanha, Irlanda e Noruega reconhecerem o Estado palestino, decisão que ele considerou positiva para impulsionar os “esforços” de paz no Oriente Médio.
“A decisão conjunta de Espanha, Noruega e Irlanda de reconhecer a Palestina como um Estado é histórica por duas razões. Faz justiça em relação ao pleito de todo um povo, reconhecido por mais de 140 países, por seu direito à autodeterminação”, escreveu Lula no X.
A decisão conjunta de Espanha, Noruega e Irlanda de reconhecer a Palestina como um Estado é histórica por duas razões. Faz justiça em relação ao pleito de um todo um povo, reconhecido por mais de 140 países, por seu direito à autodeterminação. Além disso, essa decisão terá efeito…
“Além disso, essa decisão terá efeito positivo em apoio aos esforços por paz e estabilidade na região. Isso só ocorrerá quando for garantida a existência de um Estado Palestino independente”, acrescentou.
O presidente lembrou, ainda, que o Brasil foi “um dos primeiros países na América Latina” a reconhecer o Estado palestino, em uma decisão que logo foi seguida por outras nações da região. O reconhecimento ocorreu em 2010, durante o segundo mandato de Lula, diz .
Em visita ao Brasil no início de março, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, defendeu, ao lado de Lula, a criação de um Estado palestino como necessário para um acordo de paz na região.
Ameaças israelenses
Espanha, Irlanda e Noruega anunciaram nesta quarta-feira (22) a decisão de reconhecer a Palestina como Estado independente a partir de 28 de maio. As nações europeias sinalizara que esperam que outros países sigam o passo, diante do “perigo” que a solução de dois Estados enfrenta devido ao massacre de Israel contra a população palestina em Gaza. Ao menos 142 dos 193 Estados-membros da ONU expressaram apoio ao reconhecimento.
Mas, também nesta quinta, Israel afirmou que a decisão da Espanha, Irlanda e Noruega terá “graves consequências” em suas relações com estes países.
“Haverá graves consequências adicionais para as relações [de Israel] com estes países, após a decisão que tomaram” na quarta-feira, ao anunciarem que reconhecerão um Estado palestino a partir de 28 de maio, indicou o diretor-geral do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Jacob Blitstein, em comunicado.
O ministério das Relações Exteriores de Israel se reuniu com os embaixadores dos três Estados, os quais “repreendeu (…) devido à decisão perversa de seus governos de reconhecer um Estado Palestino”
Peixe de bicicleta
Em artigo publicado no jornal israelense Haaretz, o articulista Alon Pinkas afirma que “do ponto de vista jurídico, a decisão da Espanha, da Noruega e da Irlanda de reconhecer um Estado palestiniano não é dramática. Na verdade, se os Estados Unidos o fizessem amanhã, legalmente isso significaria muito pouco. Politicamente, é claro, seria uma mudança de jogo com implicações significativas.”
“O reconhecimento mundial de um Estado palestiniano pode ser considerado simbólico, mas estabelece um discurso e define uma preferência que ninguém pode ignorar. Obriga Israel a lidar com a viabilidade imediata de tal Estado e com as modalidades e contornos de tal entidade, em vez da validade da ideia em si.”
“Mesmo que um Estado palestino nasça já como um ‘Estado falido’, ainda é algo que Israel terá de considerar. Não é possível moldar e influenciar o debate e o processo negando-os completamente.”
“Por outro lado, opor-se a ela neste momento exige a criação de uma alternativa – razão pela qual Israel poderia e deveria ter antecipado a medida com o seu próprio reconhecimento. Mas pedir a Netanyahu e ao seu governo messiânico e desapegado de extremistas que façam isso é como pedir a um peixe que ande de bicicleta.”