Imagens de satélite mostram avanço das águas do Guaíba sobre a Lagoa dos Patos e alta do nível preocupa

Imagens de satélite mostram avanço das águas do Guaíba sobre a Lagoa dos Patos e alta do nível preocupa

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Cidades no entorno da lagoa, como Pelotas e Rio Grande, já somam seis mil pessoas desalojadas.

Imagens de satélite divulgadas pela Universidade Federal do Rio Grande (Furg) mostram uma mancha de sedimentos que desce dos rios no interior do estado, que desembocam no Guaíba e se espalham pela Lagoa dos Patos. As fotos captadas pela Agência Espacial Europeia entre quarta e sexta-feira da semana passada, nos dias 14, 15 e 17 de maio, também ressaltam a preocupação com o aumento do nível da Lagoa, cuja média estava em 2,68 metros, enquanto a cota de inundação é de 1,30 metros.

O Laboratório de Oceanografia Dinâmica e por Satélites (Lods) da Furg estimou que a pluma já ultrapassou a latitude da Vila do Bojuru, no município de São José do Norte. O avanço dos sedimentos é lento e caracterizado pela linha vermelha nas imagens.

De acordo com o coordenador do Lods, Fabricio Sanguinetti, a mancha avermelhada é causada por uma “pluma de sedimentos”, levantada pelo grande volume de chuvas que atingiram as bacias hidrográficas ao norte do Rio Grande do Sul nas últimas semanas.

Segundo o professor, os sedimentos podem ter avançado além do que mostra a imagem do satélite, que só captura a imagem da superfície. “É possível que as águas do Guaíba já estejam alcançando regiões mais ao sul do que podemos observar nessa mancha de sedimentos”, explicou.

Como consequência desse acréscimo de sedimentos na Lagoa, e os sedimentos impedindo a penetração da luz na lagoa, a expectativa é de que a mancha possa afetar os organismos que vivem na Lagoa, que é fonte de renda e alimentos para pescadores na região.

“Haverá prejuízos ao meio ambiente, com, por exemplo, a mortalidade excessiva de peixes. O tempo que o efeito desse acréscimo exacerbado de sedimentos na lagoa irá durar vai depender muito das condições meteorológicas e hidrológicas da região”, explicou. Segundo ele, o vento vai ser fator determinante para o escoamento dos sedimentos para o oceano.

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