Pesquisadores de vários países estudaram evidências modernas e antigas do Egito e concluíram que o rio Nilo influenciou o timing da construção dos monumentos da antiguidade.
Os cientistas afirmam ter descoberto o mistério por trás da construção de 31 pirâmides, incluindo o icônico complexo de Gizé, no Egito, há mais de 4.000 anos, relatou na sexta-feira (17) a emissora britânica BBC.
Uma equipe de pesquisa da Universidade da Carolina do Norte Wilmington, EUA, descobriu que o braço do rio Nilo em questão, chamado de braço Ahramat, que significa pirâmides em árabe, se estendia por aproximadamente 64 quilômetros de comprimento, e tinha uma largura de 200 a 700 metros.
A área era altamente arável e cheia de vegetação há milhares de anos, particularmente há 4.700 anos, e foi nessa época que a construção das primeiras pirâmides na área começou, creem os membros da equipe, citados pelo portal Popular Science.
Os pesquisadores acreditam que o Ahramat foi posteriormente coberto por uma grande seca e tempestades de areia.
Os cientistas de vários países usaram imagens de satélite de radar, mapas históricos e pesquisas geofísicas e de sedimentos para mapear o braço do rio enterrado, e concluíram que houve “rios enterrados e estruturas antigas” situadas no sopé de onde se encontra a “grande maioria das pirâmides do Egito Antigo”, afirma Eman Ghoneim, um dos autores do estudo publicado na revista Nature.
Os pesquisadores sugerem que essas pirâmides provavelmente foram construídas ao longo de um antigo braço do rio Nilo, hoje enterrado sob o deserto e terras agrícolas. A acumulação da areia teria sido provocada pelo vento, associado a uma grande seca que começou há cerca de 4.200 anos, o que pode ter contribuído para a migração do braço do rio para o leste e seu subsequente assoreamento.
Durante anos, os arqueólogos especularam que os antigos egípcios usavam o Nilo para transportar materiais como blocos de pedra para a construção de pirâmides. No entanto, a localização exata, o tamanho e a proximidade dessa hidrovia com as pirâmides permaneciam incertos até agora, segundo o estudo.
*Sputnik